Rio Branco, AC, 20 de abril de 2025 20:06
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Advogada Victoria Fontes comenta caso de Joyci Araújo, e alerta para cuidados necessários

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Muitos estão acompanhando o caso de Joyci Araújo, uma mulher jovem, que teve sua vida interrompida pelos possíveis abusos sofridos. Na noite da última sexta-feira, 23 de novembro, a família de Joyci veio à internet trazer à tona uma situação de violência patrimonial e psicológica que ela estava vivendo com o homem com quem se relacionou antes de seu falecimento. Segundo a família, essa relação abusiva foi um dos fatores que a levaram à morte.

A Dra. Victoria Fontes, advogada de família, descreve a situação como um alerta importante sobre as diversas formas de violência enfrentadas por mulheres em contextos de vulnerabilidade emocional. Segundo ela, a violência psicológica pode acontecer de múltiplas formas, desde as mais evidentes, como xingamentos, humilhações e chantagens emocionais, até as mais sutis, como manipulações e distorções da realidade (o chamado gaslighting). “A intenção do agressor é fragilizar o estado emocional e psicológico da vítima, minando sua autoestima e criando uma relação de dependência”, afirma a advogada.

Já a violência patrimonial envolve o controle ou exploração de bens e finanças, como aconteceu no caso de Joyci, onde relatos apontam para transferências diárias de dinheiro, financiamento de bens em benefício do agressor e até o resgate de seu FGTS. Esses tipos de abuso estão previstos na Lei Maria da Penha e, se comprovados, devem levar à responsabilização criminal do agressor.

Por que é tão difícil identificar a violência psicológica?

Dra. Victoria Fontes destaca que, muitas vezes, familiares e pessoas próximas não conseguem perceber o abuso porque os agressores agem de forma sorrateira e manipulam as vítimas para que não compartilhem o que estão passando. “Essas ações, disfarçadas como ciúme, cuidado excessivo ou temperamento forte, confundem tanto a vítima quanto quem está ao seu redor”, explica.

Além disso, essas agressões crescem de forma gradual, começando como comentários sutis e evoluindo para humilhações, ameaças, isolamento social e insultos frequentes. A vítima, ao nutrir sentimentos pelo agressor, pode demorar a reconhecer a gravidade da situação. Quando finalmente percebe, já está emocionalmente fragilizada e dependente, com dificuldade de romper o vínculo.

Consequências devastadoras da violência psicológica

A longo prazo, a violência psicológica pode levar a transtornos graves, como ansiedade, depressão e estresse pós-traumático. A vítima começa a duvidar de sua capacidade de julgamento e de seu valor, anulando-se em diversas áreas da vida, desde relações interpessoais até sua saúde e carreira.

Como prevenir e enfrentar esses abusos?

Dra. Victoria Fontes enfatiza a importância de buscar apoio psicológico especializado. “A terapia é um passo essencial para ajudar a vítima a identificar sinais de abuso, recuperar sua força emocional e encontrar caminhos para sair dessa situação”, afirma. Ela também reforça a necessidade de conscientizar a sociedade sobre esses comportamentos abusivos para que possamos agir de forma preventiva e acolher as vítimas.

Casos como o de Joyci Araújo não podem se repetir. Precisamos lutar por mais informação, apoio psicológico e responsabilização para combater a violência patrimonial e psicológica. Se cuide, e cuide de quem você ama.