Rio Branco, AC, 11 de janeiro de 2025 05:52
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Polícia Federal prende Braga Netto, ex-ministro de Bolsonaro, por tentativa de interferência no inquérito do golpe

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A Polícia Federal prendeu neste sábado, 14, o general da reserva Braga Netto, ex-vice na chapa presidencial de Jair Bolsonaro nas eleições de 2022. A prisão preventiva e os mandados de busca e apreensão foram autorizados pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Braga Netto foi detido em Copacabana, no Rio de Janeiro, e será entregue ao Comando Militar do Leste, onde permanecerá sob custódia do Exército. De acordo com a PF, o ex-ministro é investigado por supostamente tentar interferir nas apurações relacionadas ao inquérito que investiga a tentativa de golpe de Estado.

Além da prisão, a Polícia Federal cumpriu dois mandados de busca e apreensão e uma medida cautelar contra pessoas suspeitas de atrapalhar a coleta de provas no processo. Segundo os investigadores, Braga Netto teria desempenhado papel ativo na articulação do plano golpista e seria o autor de um manuscrito relacionado ao esquema.

Histórico de Braga Netto

Braga Netto foi ministro da Casa Civil e da Defesa durante o governo de Jair Bolsonaro. Na eleição presidencial de 2022, ocupou a vaga de vice na chapa do ex-presidente.

No final de novembro, a Polícia Federal indiciou Braga Netto, Jair Bolsonaro e o ex-ajudante de ordens Mauro Cid, além de outros integrantes do governo anterior, por envolvimento na tentativa de golpe de Estado. O indiciamento abrange acusações de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de Estado e organização criminosa.

A lista de indiciados também inclui ex-ministros, ex-comandantes das Forças Armadas, militares da ativa e da reserva, e ex-assessores de Bolsonaro. De acordo com as autoridades, o grupo teria atuado de forma coordenada para abalar as instituições democráticas e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

A gravidade das acusações

A prisão de Braga Netto marca mais uma etapa no aprofundamento das investigações conduzidas pela Polícia Federal sobre os eventos golpistas que vieram à tona após as eleições de 2022. A suposta tentativa de obstrução das investigações reflete a complexidade e a abrangência do caso, que envolve diversas figuras do alto escalão do governo anterior.

As próximas etapas do inquérito deverão incluir o envio do material apreendido para análise e a continuidade da coleta de depoimentos e provas que esclareçam o papel de cada envolvido na articulação do golpe.