A polêmica em torno da recente votação na Câmara Municipal de Sena Madureira, que discutia a suspensão do aumento salarial dos agentes políticos do Executivo, ganhou novos contornos com as explicações dos quatro vereadores que se posicionaram contra a proposta do prefeito Gerlen Diniz.
Ivoneide Bernardino, Carlos Beliza, Menandro e Real alegaram que o projeto não se limitava à contenção de gastos, mas também previa a criação de novos cargos e aumento de despesas para o município.
Segundo os parlamentares, embora o projeto tenha sido divulgado como uma medida de austeridade para barrar o reajuste salarial do prefeito, vice-prefeito e secretários, ele incluía dispositivos que autorizavam a criação de novos cargos comissionados. Para os vereadores, essa contradição desqualifica a justificativa de economia apresentada pelo Executivo.
“Fomos eleitos para defender os interesses da população com responsabilidade. Nosso voto foi contrário porque, enquanto o prefeito falava em conter gastos, o projeto criava despesas adicionais. Isso é incoerente”, disse um dos vereadores.
Os parlamentares destacaram que a rejeição ao projeto não significa oposição à austeridade fiscal, mas a um texto que consideraram “incoerente e prejudicial”. “Queremos cortes nos gastos públicos, mas não de forma seletiva, beneficiando apenas alguns grupos. Existem alternativas mais eficientes para gerenciar os recursos municipais sem aumentar despesas com novos cargos”, acrescentaram.
Apesar das críticas, o projeto foi aprovado pela maioria dos vereadores. Com isso, o Executivo terá que equilibrar as contas públicas enquanto implementa as mudanças propostas. Os vereadores de oposição prometeram intensificar a fiscalização e cobrar mais transparência nos próximos projetos apresentados pelo governo.