Por George Naylor
Nesta terça-feira, 21 de janeiro, o Brasil celebra o Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa, uma data que tem como objetivo promover a reflexão sobre a importância da diversidade religiosa e combater as práticas discriminatórias que ainda persistem em nossa sociedade. A data foi instituída pela Lei nº 11.635/2007, em homenagem à Ialorixá Gildásio dos Santos, conhecida como Mãe Gilda, que foi vítima de intolerância religiosa em 1999.
Apesar do Brasil ser conhecido por sua diversidade cultural e religiosa, a intolerância religiosa continua a ser uma realidade preocupante. Relatos de agressões, ofensas e até mesmo assassinatos motivados por questões de fé são frequentes. Segundo dados do Disque 100, o serviço de denúncias de violações de direitos humanos, as queixas relacionadas à intolerância religiosa aumentaram significativamente nos últimos anos, refletindo um cenário alarmante.
A intolerância religiosa se manifesta de diversas formas, desde piadas e comentários pejorativos até atos de vandalismo em templos e agressões físicas. Muitas vezes, as religiões de matriz africana, como o Candomblé e a Umbanda, são as mais afetadas, enfrentando estigmas e preconceitos que se perpetuam por gerações.
Para combater a intolerância religiosa, a educação é um dos principais instrumentos. Iniciativas que promovem o respeito à diversidade, o diálogo inter-religioso e a promoção dos direitos humanos nas escolas são fundamentais para a formação de uma sociedade mais tolerante. Projetos como “Educação para a Diversidade Religiosa” têm sido implementados em algumas instituições, buscando sensibilizar os jovens para a importância do respeito às diferenças.
Além disso, o diálogo entre líderes religiosos de diferentes crenças é essencial para promover a convivência pacífica. Eventos inter-religiosos, que reúnem representantes de diversas tradições, têm sido realizados em várias cidades, reforçando a mensagem de que a fé, em suas diferentes formas, deve ser um fator de união e não de divisão.
Neste dia especial, diversas organizações e movimentos sociais estão promovendo eventos, palestras e campanhas nas redes sociais para conscientizar a população sobre a importância do respeito à diversidade religiosa. O tema deste ano, “Religião: um direito de todos”, reforça a ideia de que a liberdade de crença é um direito humano fundamental, garantido pela Constituição brasileira.
Além disso, muitos templos e comunidades religiosas estão se unindo para realizar atos simbólicos de solidariedade, promovendo a paz e o respeito entre as diferentes tradições. As redes sociais também se tornam um palco importante para a mobilização, com a hashtag #CombateÀIntolerânciaReligiosa ganhando força.
O Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa é mais do que uma data comemorativa; é um chamado à ação. A construção de uma sociedade mais justa e igualitária passa pelo respeito às crenças e práticas religiosas de cada indivíduo. Que neste dia possamos refletir sobre nossas atitudes e buscar formas concretas de promover a paz e o respeito à diversidade, não apenas no dia 21 de janeiro, mas em todos os dias do ano.
A luta contra a intolerância religiosa é uma responsabilidade de todos nós. Que a luz da diversidade ilumine nossos caminhos e que possamos aprender a conviver em harmonia, respeitando e valorizando as diferenças que tornam nossa sociedade tão rica e plural.