O clima de uma região é determinado pelo comportamento do tempo meteorológico ao longo de décadas, possibilitando um planejamento mais eficiente das atividades humanas. No Acre, fevereiro é tradicionalmente um mês chuvoso, mas as projeções indicam que, em 2025, as precipitações ficarão abaixo da média.
De acordo com o Portal Otempo Aqui, do metereologista Davi Friale, fevereiro concentra o maior volume de chuvas no vale do rio Acre — que inclui Rio Branco, Brasiléia e Sena Madureira — e também no vale do rio Iaco. Em Cruzeiro do Sul e Tarauacá, o mês aparece como o segundo mais chuvoso, perdendo apenas para março.
Nos últimos 60 anos, foi o período com maior número de dias chuvosos no leste e no sul do estado, mesmo tendo menos dias no calendário. É muito raro que fevereiro passe mais de quatro dias consecutivos sem chuva.
As precipitações mais intensas já registradas em 24 horas nesse mês foram de 159,2 mm em Rio Branco e 104,0 mm em Cruzeiro do Sul. Essas chuvas são, geralmente, convectivas — típicas do verão, formadas pelo aquecimento intenso da superfície terrestre. Isso faz com que ocorram várias pancadas de chuva ao longo do dia, principalmente à tarde e no início da noite, algumas durando até 12 horas seguidas.
Além das chuvas, Friale destaca que fevereiro também pode registrar descargas elétricas e, em casos mais extremos, temporais com ventos fortes. Entretanto, a maior parte do tempo, os ventos permanecem calmos ou fracos, soprando do norte, com variações de noroeste e nordeste.
Massas de ar frio de origem polar são raras, mas já provocaram quedas bruscas de temperatura, com mínimas inferiores a 18°C. As temperaturas registradas em fevereiro variam entre 30°C e 33°C nas máximas e 21°C e 24°C nas mínimas, podendo chegar a 16,0°C em Rio Branco e 17,2°C em Tarauacá nos dias mais frios.
Apesar do histórico de chuvas intensas, fevereiro de 2025 deve fugir do padrão. A análise das condições atmosféricas e oceânicas indica que a precipitação ficará até 40% abaixo da média no Acre. Isso ocorre devido ao frio extremo no hemisfério norte, que gera altas pressões atmosféricas capazes de impulsionar ventos mais secos para a região, reduzindo a umidade.