Rio Branco, AC, 15 de março de 2025 06:18
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Trabalhadores por conta própria enfrentam maior carga horária e menor remuneração, aponta IBGE

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Os trabalhadores por conta própria dedicam mais tempo à atividade profissional do que empregados e empregadores no Brasil. De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada na última sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto a média semanal de horas trabalhadas no país é de 39,1, quem atua por conta própria passa 45,3 horas no ofício.  

A pesquisa, referente ao quarto trimestre de 2024, mostra que os empregados vêm em seguida, com 39,6 horas semanais, enquanto os empregadores trabalham, em média, 37,5 horas por semana. O grupo dos trabalhadores familiares auxiliares, que exercem atividades sem remuneração dentro de negócios familiares, tem a menor carga horária, com 28 horas semanais.  

Apesar da maior dedicação ao trabalho, os profissionais autônomos são os que recebem o menor rendimento. O levantamento aponta que, enquanto o rendimento médio mensal do brasileiro ficou em R$ 3.215 no último trimestre de 2024, os trabalhadores por conta própria tiveram um ganho de R$ 2.682. Já os empregados receberam, em média, R$ 3.105. No topo da lista estão os empregadores, que registraram um rendimento médio de R$ 8.240.  

O IBGE define como trabalhador por conta própria “a pessoa que trabalha explorando o seu próprio empreendimento, sozinha ou com sócio, sem ter empregado e contando, ou não, com ajuda de trabalhador não remunerado de membro da unidade domiciliar em que reside”.  

A pesquisa também indica que São Paulo lidera o ranking dos estados onde os trabalhadores por conta própria passam mais tempo no trabalho, com uma média de 46,9 horas semanais. Em seguida, aparecem Rio Grande do Sul (46,5 horas) e Ceará (46,2 horas).  

Entre os empregados, novamente São Paulo está no topo, com uma média de 40,7 horas semanais, seguido por Santa Catarina (40,6) e Mato Grosso (40,5). Já os empregadores têm a maior carga horária em Santa Catarina (40,4 horas) e Rio Grande do Sul (40,2 horas).  

O levantamento do IBGE mostra que, no último trimestre de 2024, a população ocupada no Brasil era de 103,8 milhões de pessoas. Desse total, 69,5% eram empregados (incluindo os domésticos), 25,1% atuavam por conta própria, 4,2% eram empregadores e 1,3% trabalhavam como auxiliares familiares.  

A pesquisa também revela que o desemprego atingiu o menor nível da série histórica em 14 estados no quarto trimestre de 2024. Além disso, em oito estados e no Distrito Federal, o rendimento médio do trabalhador ficou acima da média nacional.  

Por outro lado, a informalidade e o desemprego ainda afetam mais pessoas pretas e pardas do que brancas, evidenciando desigualdades no mercado de trabalho brasileiro.  

A Pnad Contínua investiga o mercado de trabalho para pessoas com 14 anos ou mais, considerando diferentes formas de ocupação, como empregos com ou sem carteira assinada, trabalho temporário e autônomo. O levantamento envolve visitas a 211 mil domicílios em todos os estados e no Distrito Federal.

Fonte: Agência Brasil