Tenho acompanhado a vice-governadora Mailza Assis em suas visitas às repartições do governo. Sempre durante o turno da manhã, passamos por três ou quatro órgãos estaduais.
A intenção é que ela conheça ainda mais a gestão. Ressalto “ainda mais”, pois Mailza já participa ativamente, seja como secretária de Assistência Social e Direitos Humanos, vice-governadora ou governadora em exercício em diversas ocasiões.
Mesmo quando a plateia é composta por funcionários efetivos, comissionados e terceirizados, é sintomática a euforia com a qual Mailza vem sendo recepcionada.
Aos poucos, com seu jeito afável e voz mansa, ela vai se impondo pelo exemplo de dedicação ao desenvolvimento do Acre e por sua lealdade e fidelidade ao projeto político que integra. Ela faz questão de reforçar que, ao assumir o governo em abril de 2026, não haverá rupturas, nem a mera substituição da “turma do Gladson” pela “turma da Mailza”. O projeto é o mesmo.
É evidente que Mailza imprimirá seu próprio estilo de gestão, mas o objetivo é que todos se sintam acolhidos, integrantes e responsáveis pela continuidade do governo.
Mailza também destaca que os altos índices de aprovação da gestão são fruto do carisma pessoal do governador Gladson e do empenho e comprometimento dos servidores na execução das políticas públicas.
Mais que um nome, um projeto político
Mas este artigo trata de algo maior: Mailza está preparada para o desafio. Ou, como se diz no ditado popular, ela fala “coisa com coisa”.
Mesmo não sendo PhD em todas as áreas da gestão, e de um líder não se exige expertise absoluta, não será qualquer um a enganá-la. Suas exposições têm conteúdo, começo, meio e fim. E mais: sem alterar a voz, sem arrogância e sem autossuficiência.
A figura de Mailza Assis emerge não apenas como continuidade administrativa, mas como um projeto político singular, capaz de conciliar tradição e inovação em um ambiente marcado por polarizações e personalismos.
Seu estilo de gestão não é uma mera cópia do modelo vigente, mas apresenta estratégias próprias que a diferenciam de outros políticos, tanto na forma quanto no conteúdo.
Enquanto muitos políticos constroem sua imagem com personalismo exagerado, discursos inflamados ou centralização de decisões, Mailza opera de forma sutil e eficiente. Suas visitas matinais não são encenações midiáticas, mas rituais de escuta ativa.
Nessas visitas, ela não apenas ouve técnicos, mas absorve sugestões para otimizar a gestão. Esse gesto, simbólico e estratégico, contrasta com líderes que priorizam anúncios grandiosos sem diálogo prévio. Ao evitar arrogância e autossuficiência, Mailza desconstrói a imagem do “salvador da pátria”.
Ela não nega sua ligação com Gladson, mas, aos poucos, redefine o conceito de herança política. Enquanto muitos sucessores tentam apagar seus antecessores para marcar território, Mailza usa a continuidade como ponte para a inovação, sinalizando que mudanças virão, mas de forma pactuada e responsável— algo raro num cenário onde rupturas são vendidas como “novidade”.
Mailza não se encaixa em rótulos fáceis: não é tecnocrata distante, nem populista carismática. Não nega sua origem política, mas também não se prende a ela. Seu maior trunfo é a capacidade de transformar valores intangíveis — lealdade, respeito e estabilidade — em ações concretas. E isso é raro num meio onde discurso e prática raramente se alinham.
Sua trajetória até aqui sugere que Mailza não será “mais uma” na política, mas um exemplo de como conciliar humanidade e eficiência no poder.
— Luiz Calixto é secretário de Governo.