A recente proposta de aumentar o número de deputados federais de 513 para 527, articulada pelo presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem gerado debates acalorados. Embora a medida busque ajustar a representação parlamentar conforme o crescimento populacional apontado pelo Censo de 2022, é crucial analisar os possíveis prejuízos ocultos que essa mudança pode acarretar.
A ampliação do número de deputados resultaria em despesas adicionais significativas. Cada parlamentar implica custos com salários, assessores, verbas de gabinete e outros benefícios. Estudos indicam que essa expansão poderia gerar um acréscimo de aproximadamente R$ 46 milhões anuais aos cofres públicos.
Um aumento no número de deputados pode tornar o processo legislativo mais moroso e complexo. Mais parlamentares significam mais opiniões e interesses a serem conciliados, o que pode dificultar a tomada de decisões ágeis e eficazes no Congresso.
Embora a proposta busque ajustar a representação conforme o crescimento populacional, há o risco de estados mais populosos continuarem sub-representados. A redistribuição de cadeiras pode não ser proporcional ao aumento real da população em determinadas regiões, perpetuando desigualdades na representação política.
A discussão sobre o aumento do número de deputados pode desviar a atenção de reformas estruturais mais urgentes e necessárias para o país. Temas como reforma tributária, administrativa e política podem ficar em segundo plano diante desse debate, retardando avanços essenciais para o desenvolvimento nacional.
É fundamental que a sociedade e os legisladores ponderem cuidadosamente os impactos dessa proposta, garantindo que qualquer mudança na estrutura parlamentar seja realmente benéfica para a democracia e para o bem-estar da população brasileira.
