Em resposta às declarações do prefeito de Rio Branco, Sebastião Bocalom (PL), o senador Alan Rick (União Brasil) emitiu uma nota nesta segunda-feira (8) em que expressa “perplexidade” diante da postura do gestor municipal e acusa a Prefeitura de se recusar a aderir a um projeto sério e estruturado de erradicação dos lixões no Acre.
Segundo o senador, o projeto — idealizado com base em diretrizes do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) — visa resolver de forma definitiva e sustentável a destinação final de resíduos sólidos no estado, por meio do consórcio intermunicipal CINRESO/AC.
Alan Rick afirma que o custo de implantação pode chegar a R$ 15 milhões, conforme previsto pelo Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Regional Sustentável (FDIRS), mas sem qualquer ônus para as prefeituras.
“O que se esperava da maior liderança municipal do estado era compromisso. O que se vê, no entanto, é um esforço contínuo para confundir, distorcer e desinformar”, diz o senador na nota.
O parlamentar afirma ainda que a recusa do prefeito em aderir ao projeto estaria ligada a um acordo pouco transparente com uma empresa de fora do estado, que, segundo ele, foi fechado sem debate nas câmaras municipais, sem acompanhamento do Ministério Público e sem estudos técnicos confiáveis.
O modelo proposto pela empresa prevê, de acordo com Rick, um investimento inicial de R$ 5,5 milhões por prefeitura para aquisição de usinas com capacidade de reciclagem de apenas duas toneladas por dia.
Só Tarauacá produz 40 toneladas diariamente. Rio Branco, 210 toneladas. O estado inteiro gera 607 toneladas por dia. A matemática, como a gestão, não fecha”, critica o senador, citando dados da Abrelpe que apontam o Acre como o segundo estado que menos recicla no país.
Cobrança por inércia no caso do 7º BEC
Alan Rick também cobrou publicamente o prefeito Bocalom sobre a prometida desapropriação da área para o 7º Batalhão de Engenharia de Construção (BEC), cuja formalização estaria pendente há mais de um ano. Segundo ele, o Exército e a cidade seguem aguardando enquanto o prefeito “responde com desculpas”.
“Seguiremos incomodando quem se acostumou com a paralisia”
Na nota, o senador reafirma seu compromisso com a articulação de recursos e soluções estruturantes para o Acre e promete continuar cobrando resultados, mesmo diante da resistência de setores políticos.
“O papel de um senador da República é propor soluções, articular recursos e cobrar resultados. Isso incomoda quem prefere manter as coisas como estão. Mas seguimos firmes. O Acre merece mais”, finaliza.