Rio Branco, AC, 24 de novembro de 2024 04:06
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Carlos Bolsonaro vira alvo da Polícia Federal, em investigação sobre espionagem ilegal

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A Polícia Federal (PF) cumpre nesta segunda-feira, 29, uma nova operação para apurar suposta espionagem ilegal feita pela Abin (Agência Brasileira de Inteligência) durante a gestão de Alexandre Ramagem (PL-RJ), diretor do órgão no governo de Jair Bolsonaro (PL). Um dos alvos é o vereador carioca Carlos Bolsonaro, filho do ex-presidente.

Segundo informações colhidas pelo Poder360, policiais federais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa de Carlos Bolsonaro e em seu gabinete na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O advogado de Carlos, Antonio Carlos Fonseca, acompanha as buscas da PF. A defesa ainda não se pronunciou sobre a operação.

A PF investiga se Carlos recebia informações ilegais da Abin. Ao todo, a corporação realiza 9 buscas no Rio de Janeiro (5), Angra dos Reis (1), Brasília (1), Formosa (1) e Salvador (1). O objetivo é “avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente na Abin”, segundo comunicado.

Na última quinta-feira, 25, em uma operação relacionada, a PF mirou o deputado Alexandre Ramagem. Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão no gabinete do político na Câmara dos Deputados e em outros endereços.

A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Na decisão do ministro (íntegra – PDF – 313 kB), consta um relatório da PF que indica a instrumentalização da Abin sob o comando de Ramagem.

Segundo dados da PF, a agência de inteligência agiu para ajudar a família Bolsonaro em diferentes investigações. A Abin teria preparado relatórios para ajudar os advogados do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) no caso das rachadinhas. Teria também tentado produzir provas a favor de Renan Bolsonaro no inquérito sobre suposto tráfico de influência.

Ramagem chefiou a Abin de julho de 2019 até março de 2022, quando deixou o cargo para concorrer a uma vaga na Câmara. Ele nega ter favorecido a família de Bolsonaro durante sua gestão na agência. Declara também nunca ter tido acesso às senhas dos sistemas de espionagem supostamente usados pela agência para monitorar políticos, jornalistas e ministros do STF.

As operações contra Carlos e Ramagem são uma continuação de investigações iniciadas em outubro do ano passado. Na época, a PF disse que a rede de telefonia brasileira teria sido invadida “reiteradas vezes”, com o uso do sistema de geolocalização da Abin adquirido com recursos públicos para espionar adversários políticos.

Com informações do portal de notícias Poder360.