Apesar das constantes queixas da população sobre ônibus quebrados, atrasos frequentes nas linhas e a qualidade precária do serviço, o diretor-presidente da RBTRANS, Clendes Vilas Boas, garantiu que o transporte público de Rio Branco vive hoje um momento melhor em comparação aos anos anteriores. A afirmação foi feita em meio a discussões sobre o futuro do sistema e a polêmica envolvendo os custos das passagens.
Atualmente, a tarifa dos ônibus na capital acreana está congelada há mais de cinco anos, fixada em R$ 3,50. No entanto, segundo a própria RBTRANS, o custo real por passageiro chega a R$ 6,03 , valor que só se mantém com subsídios pagos pela prefeitura. Caso esse aporte não existisse, o preço de cada bilhete ultrapassaria os R$ 8,00.
“É inegável que ainda temos muito a avançar, mas estamos muito melhores do que antes”, disse Vilas Boas. Ele lembrou que gestões anteriores operavam com ônibus deteriorados, tarifas consideradas entre as mais caras do país e sem estrutura adequada para cadeirantes, que eram transportados em kombis adaptadas. Hoje, a frota conta com vans climatizadas, veículos novos e seminovos, além de políticas de gratuidade financiadas por toda a sociedade não mais apenas pelos passageiros pagantes, é que afirma a prefeitura.
O diretor-presidente também reforçou a necessidade de adaptação do transporte público à nova realidade urbana. “O transporte por aplicativo veio para ficar. Precisamos oferecer qualidade, conforto e um sistema justo para todos, inclusive para os empresários, que não podem trabalhar no prejuízo”, destacou.
Entre as mudanças planejadas está a realização de uma nova licitação para o transporte coletivo, que ocorrerá por meio de pregão eletrônico. A empresa vencedora terá de atender a critérios rigorosos, como renovação da frota, cumprimento de exigências legais e garantia de qualidade no serviço.
Nos bastidores políticos, o debate sobre a tarifa tem gerado polêmica. Aliados do prefeito Tião Bocalom acusam a oposição de tentar manipular números e ameaçar o equilíbrio do sistema de transporte na capital.
Enquanto isso, moradores seguem convivendo com a realidade de ônibus quebrados, atrasos e pontos lotados, enquanto aguardam que as melhorias prometidas saiam do papel.
