Em meio a um cenário de hospitais cada vez mais lotados e ao aumento expressivo de casos de bronquiolite em crianças, o Sindicato dos Médicos do Acre (SINDMED) decidiu entrar em greve a partir do próximo dia 9 de maio. A paralisação, que deve afetar diretamente o atendimento nas unidades de saúde do estado, ocorre em um momento crítico da saúde pública.
De acordo com o médico Guilherme Pulici, um dos porta-vozes do movimento, a principal motivação da greve é o não pagamento de adicionais previstos em lei a dezenas de médicos, alguns dos quais estariam pendentes, segundo ele, desde 2024. “Esses pagamentos deveriam ter sido quitados em até três meses, conforme acordo firmado durante a paralisação ocorrida em agosto do ano passado, o que não aconteceu”, explicou.
Outro ponto citado pelo presidente do SINDMED é a denúncia de suposto assédio moral ocorrido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Segundo Distrito, que, segundo ele, está sendo tratado administrativamente. No entanto, o próprio médico admitiu que a acusação ainda não foi comprovada ou judicializada.
A decisão do sindicato em manter a greve, mesmo com o sistema de saúde em alerta, gera preocupação entre os profissionais da saúde e a população, especialmente os pais de crianças pequenas — principais afetados pela bronquiolite. A expectativa é que, mesmo com a paralisação, atendimentos de urgência e emergência sejam mantidos, como estabelece a legislação em casos de greve na área da saúde.
Até o momento, o governo do Estado não se pronunciou oficialmente sobre o movimento e as reivindicações dos médicos.