Neste 17 de maio de 2025, o Acre relembra os 33 anos da trágica morte de Edmundo Pinto de Almeida Neto, ex-governador do estado, assassinado em 1992. Sua morte interrompeu bruscamente a trajetória de um político jovem e promissor, deixando marcas profundas na história política acreana.
Natural de Rio Branco, Edmundo Pinto nasceu em 1953 e começou cedo na política. Após atuar como vereador, e depois como deputado estadual, foi eleito governador do Acre em 1990, aos 37 anos de idade. Sua vitória representou uma mudança de direção no estado e gerou expectativas de renovação administrativa.
Durante os pouco mais de 14 meses em que esteve à frente do governo, Edmundo Pinto se destacou por obras de infraestrutura e por medidas voltadas à modernização da gestão pública. Entre seus feitos mais lembrados estão a pavimentação da BR-364 e a criação do Tribunal de Contas do Estado. Também teve participação decisiva na emancipação de diversos municípios acreanos.
Em 17 de maio de 1992, Edmundo Pinto foi assassinado a tiros em um hotel de luxo na cidade de São Paulo. Ele estava na capital paulista para, segundo se especula, reunir-se com aliados e prestar esclarecimentos à imprensa e ao Congresso sobre denúncias envolvendo o uso de verbas públicas no Acre. Dois dias depois, ele deveria comparecer a uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) em Brasília.
A versão oficial apresentada pela polícia paulista foi a de um latrocínio – roubo seguido de morte. Criminosos teriam invadido o quarto do hotel e, após um confronto, atiraram no governador. No entanto, desde o início, surgiram dúvidas sobre essa explicação. A proximidade do assassinato com a data de seu depoimento em uma CPI e o fato de ele estar envolvido em investigações de grande impacto político levantaram suspeitas de execução.
Apesar de novas investigações e tentativas de reabertura do caso, a morte de Edmundo Pinto jamais foi completamente esclarecida. Para a família, amigos e muitos acreanos, o sentimento é de que a justiça nunca foi plenamente feita.
Sua morte precoce deixou três filhos e uma esposa, além de um legado político que ainda é lembrado por muitos no estado.