O delegado e corregedor-geral da Polícia Civil do Acre, Thiago Fernandes Duarte, concedeu entrevista na noite deste sábado (24) para esclarecer a liberação do agente Fábio Caldeira, envolvido em um caso de homicídio ocorrido no mesmo dia, no bairro Isaura Parente, em Rio Branco.
Segundo Duarte, o policial Fábio Caldeira foi liberado por ter sido considerado “vítima do homicídio”, embora tenha sido o autor do disparo que resultou na morte de Francisco Rui Costa, de 55 anos, dentro do próprio quintal. O corregedor afirmou que as investigações estão em andamento e serão conduzidas pela Corregedoria-Geral da Polícia Civil.
Durante a entrevista, no entanto, o delegado não soube explicar à repórter Rose Lima por que o agente matou Francisco Rui dentro da residência da vítima, fato que gerou questionamentos e repercussão imediata.
Apesar da gravidade do caso, Fábio Caldeira foi liberado por volta das 19h, sem ser preso em flagrante e sem audiência de custódia. Ele havia sido conduzido à Delegacia de Flagrantes (Defla) pela Polícia Militar.
Em nota oficial, assinada pelo delegado-geral da Polícia Civil, José Henrique Maciel, a instituição reconheceu o ocorrido e informou que a Corregedoria assumiu a presidência do procedimento “visando à apuração rigorosa dos fatos, com isenção e transparência”.
“A Polícia Civil reafirma seu compromisso com a legalidade e a responsabilidade institucional, assegurando que todas as medidas cabíveis estão sendo adotadas”, diz o comunicado.
O caso está sendo tratado como prioridade interna e, segundo a Corregedoria, todas as circunstâncias do ocorrido serão analisadas, incluindo se houve excesso por parte do agente.
A morte de Francisco Rui dentro de sua própria casa e a liberação imediata do agente responsável devem alimentar o debate sobre o uso da força por agentes de segurança e a forma como investigações envolvendo membros da própria corporação são conduzidas.
