Durante coletiva de imprensa realizada neste sábado (7) em Paris, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a condenar veementemente os ataques contra civis na Faixa de Gaza, classificando a situação como um genocídio contra o povo palestino e criticando o que chamou de “perda de humanismo” por parte da comunidade internacional.
“Eu fico pasmo com o silêncio do mundo. Me parece que não existe mais humanismo nas pessoas. ‘Ah, palestino pode morrer’. Palestino não é ser inferior. Palestino é gente como nós. Ele tem o direito de ter o terreno dele, que foi demarcado em 1967 a área que poderiam construir seu país e está sendo tomada a terra demarcada”, comentou o presidente em coletiva de imprensa realizada, em Paris, na França.
A guerra em Gaza, que completa hoje 50 meses, já causou a morte de 54,7 mil palestinos, segundo autoridades locais. Cerca de 70% das vítimas são mulheres e crianças. A destruição generalizada do território e o bloqueio à entrada de ajuda humanitária por parte de Israel resultaram em uma grave crise alimentar, afetando aproximadamente 2 milhões de pessoas. O governo israelense, por sua vez, tem defendido a emigração em massa dos palestinos como solução para o conflito.
O agravamento da situação também inclui a recente autorização de Israel para a construção de 22 novos assentamentos na Cisjordânia. Estima-se que mais de 700 mil colonos israelenses vivam atualmente na região, considerada território palestino. Tais assentamentos são ilegais de acordo com o direito internacional.
Lula também criticou o veto dos Estados Unidos, nesta semana, à resolução do Conselho de Segurança da ONU que solicitava um cessar-fogo imediato e permanente em Gaza. A proposta teve apoio dos outros 14 países membros do conselho.