Desde a pandemia de covid-19, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) acelerou a digitalização dos seus serviços, limitando o atendimento presencial e tornando o agendamento dependente de canais remotos, como o telefone 135 e o aplicativo Meu INSS. A mudança, embora necessária em um contexto de distanciamento social, escancarou um problema estrutural: a exclusão digital dos idosos.
Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem cerca de 33 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Desse total, aproximadamente 23,5 milhões recebem algum tipo de aposentadoria. Muitos desses cidadãos nasceram antes de 1965, período em que a internet sequer existia, e agora enfrentam a difícil missão de se adaptar a um mundo cada vez mais conectado.
Especialistas apontam que, embora a digitalização traga agilidade e economia para os cofres públicos, ela também exige políticas de inclusão digital. A falta de familiaridade com smartphones, senhas e autenticação digital torna o acesso a direitos básicos, como agendar uma perícia ou consultar um benefício, um verdadeiro labirinto para muitos aposentados.
