O projeto Jovem de Expressão está transformando a realidade de jovens de 18 a 29 anos por meio de oficinas de capacitação profissional. Viabilizada com recursos da Lei Rouanet, a iniciativa é um exemplo prático de como o apoio do Ministério da Cultura (MinC) se materializa em ações de impacto social.
Criado em 2007 após uma pesquisa sobre violência urbana no Distrito Federal, o programa usa a cultura como ferramenta de prevenção. “Ele surgiu da necessidade de tentarmos fazer com que, por meio da cultura, a gente pudesse impactá-los de forma positiva, para que não se envolvessem em questões de violência urbana”, explica o coordenador Antônio Pádua.
Com uma estrutura que inclui teatro, biblioteca e estúdios na Praça do Cidadão, na região central de Ceilândia, o projeto já promoveu 180 oficinas em 18 anos. Atualmente, há inscrições abertas para cursos de roadie, cenografia e produção de eventos. Nas aulas, além da teoria, os alunos recebem experiência prática e a chance de atuar como estagiários remunerados no Festival Elemento em Movimento e no Seminário Diálogos em Movimento, ambos previstos para setembro.
“A gente está valorizando a mão de obra desses estudantes, para eles entenderem que é possível ser remunerado por esse fazer cultural. A ideia é que eles possam seguir carreira. Inclusive, tem pessoas na equipe do Festival deste ano que se formaram nas oficinas de 2018”, ressalta Pádua.
O projeto, realizado pelo Instituto Referência da Juventude, já captou mais de R$ 3,4 milhões via Lei Rouanet. As oficinas ainda oferecem terapia comunitária, na qual uma vez por mês, uma profissional do segmento conversa com os participantes. “É a nossa tecnologia social. Ela surge para minimizar os impactos da violência humana entre jovens por meio da cultura”, explica o coordenador do projeto.
Formação e fomento em escala nacional
A iniciativa em Ceilândia é um exemplo do apoio direto a projetos locais, mas o Ministério também investe em plataformas de alcance nacional para qualificação e fomento.
Uma delas é a Escola Solano Trindade (Escult), a plataforma de cursos on-line do MinC. Em parceria com o Instituto Federal de Goiás (IFG) e a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (UFRB), a Escult já realizou mais de 123 mil matrículas desde janeiro de 2024. Os cursos gratuitos, como Produção Audiovisual e Elaboração de Projetos, são voltados para a qualificação no mundo do trabalho cultural.
O mais novo é o de produção de single, EP e álbum musical, com aulas para artistas, produtores e interessados em entender todas as etapas envolvidas na criação da música no ambiente digital. As inscrições para a nova formação em produção musical vão até 13 de agosto no site da Escult. A formação gratuita é realizada na modalidade à distância e tem carga horária de 60 horas.
Outra frente é o Programa Rouanet da Juventude, uma parceria com a Shell Brasil que destina R$ 6 milhões para ações culturais nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Lançado em fevereiro, o programa busca democratizar o acesso à Lei Rouanet, apoiando projetos de artes cênicas, música, literatura e até jogos eletrônicos. A primeira etapa já registrou mais de mil propostas habilitadas nos 20 estados participantes.
Para o secretário de Economia Criativa e Fomento Cultural do MinC, Henilton Menezes, esses projetos validam a estratégia da pasta. “Sempre falamos que cultura é transformação, e o Jovem de Expressão prova isso. Com capacitação e acesso ao mercado, jovens têm oportunidades de qualificação. Este e outros milhares de projetos importantes são viabilizados pela Lei Rouanet, fortalecendo o acesso à cultura em todo o Brasil”, conclui.
