Ele rugiu alto durante as eleições. Prometeu enfrentar os poderosos, brigar por justiça social e defender o povo de Rio Branco com unhas e dentes. Mas, passado o calor das urnas, o que se vê é um parlamentar fraco, retraído e distante das principais discussões da Câmara Municipal de forma efetiva. O vereador, que se elegeu com discurso combativo e postura de “leão”, hoje mais parece um gatinho manhoso, supostamente domesticado pelo sistema que dizia combater.
A mudança de postura é visível. Nenem normalmente evita debates importantes, opta pelo silêncio em momentos decisivos e raramente levanta a voz para defender pautas realmente relevantes para a população. Seu mandato, até aqui, é marcado por projetos anêmicos, sem força política ou impacto social significativo, o que levanta questionamentos sobre o real compromisso com as promessas de campanha.
Um dos episódios que mais escancarou essa desconexão com a realidade da cidade ocorreu durante as enchentes no bairro Sobral, uma das regiões mais afetadas de Rio Branco. Enquanto moradores enfrentavam lama, perdas e desespero, Nenem foi postou foto jogando vôlei, em clima de lazer e indiferença. Ele sabe que fez. Ele sabe.
Hoje, o vereador que rugia nas redes sociais parece pedir chupeta no plenário, tentando manter a fachada de oposição, mas sem qualquer contundência ou ação prática que justifique o mandato. Nem mesmo quando surgem oportunidades claras de embate ou propostas que poderiam beneficiar diretamente a cidade, Nenem se mostra útil.
A decepção com sua atuação é evidente até entre antigos aliados, que esperavam mais pulso firme, articulação e coragem. A política exige mais do que discursos inflamados em tempo de campanha — exige responsabilidade, presença e ação constante. E é justamente aí que Nenem Almeida tem falhado.
Se pretende recuperar a confiança de quem lhe deu o voto, o vereador precisa sair de cima do muro, levantar da cadeira e mostrar a que veio. Mas a manhã é demais para isso. Do contrário, continuará sendo lembrado como mais um que rugiu para se eleger e miou ao assumir. Por trás das cortinas, a manha.