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Eduardo Ribeiro alerta para impactos dos embargos ambientais na produção de soja no Acre

Na sessão desta quarta-feira (10), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), o deputado Eduardo Ribeiro (PSB) chamou a atenção para os sérios impactos que os embargos ambientais têm causado aos produtores de soja no Estado. Em seu discurso, o parlamentar apresentou dados e destacou a urgência de medidas para evitar prejuízos ainda maiores à economia acreana.

Segundo ele, o Acre possui atualmente mais de 18 mil hectares destinados ao plantio de soja, com base em dados do IBGE. A produção, que em 2024 foi de 60.500 toneladas, saltou para 64.059 toneladas em 2025, um crescimento considerado relevante. No entanto, os avanços enfrentam entraves significativos.

Eduardo Ribeiro explicou que muitos produtores estão sendo prejudicados por embargos aplicados pelo Ibama em decorrência de invasões em áreas de reserva ambiental dentro de suas propriedades. Ele ressaltou que o problema é ainda mais grave porque as penalidades não ficam restritas à área embargada, mas recaem diretamente sobre o CPF do proprietário, impossibilitando o acesso ao crédito rural.

“Você planta soja numa área relativamente grande, e essa área tem reserva. Nessas áreas de reserva têm ocorrido invasões, e as pessoas desmatam dentro delas. Com isso, ocorre o famigerado embargo, que não é apenas para a área, mas atinge diretamente o produtor. Assim, quem precisa plantar não consegue crédito e não consegue trabalhar”, explicou o parlamentar.

O deputado destacou ainda que essa situação ameaça a continuidade do cultivo no Acre e pode comprometer a próxima safra, já que muitos produtores não terão condições de investir devido à restrição de crédito. “Existem produtores que não conseguem acessar crédito e, por isso, vão perder o período de safra. Essa é uma problemática grande para a economia do nosso Estado”, frisou.

O parlamentar também reforçou que, embora a questão esteja ligada a uma política de âmbito federal, os reflexos recaem diretamente na realidade acreana. Ele defendeu a necessidade de atuação conjunta entre os poderes locais e a bancada federal para buscar soluções que garantam segurança jurídica e condições de produção para o setor.

“Esse é um problema que vai envolver a economia do Acre. Como esta Casa é a voz da sociedade, é nosso dever ecoar essa preocupação. Precisamos enfrentar essa situação com responsabilidade e diálogo, pois está em jogo não apenas a produção de soja, mas o desenvolvimento econômico do nosso Estado”, concluiu.

Texto: Mircléia Magalhães/Agência Aleac

Foto: Sérgio Vale