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Após chamar acreanos de “Povo seboso” e dizer ser bonita demais para parecer do Acre, filha de secretário faz acordo para não ser condenada por xenofobia

A estudante de Medicina da Universidade Federal do Acre (Ufac), Assúria Nascimento de Mesquita, de 20 anos, voltou a ser assunto nas redes sociais após vir à tona a informação de que ela firmou um acordo judicial para não ser condenada pelos comentários depreciativos e xenofóbicos feitos contra acreanos em abril deste ano.

As publicações da universitária, que rapidamente se espalharam pela plataforma X (antigo Twitter), geraram intensa revolta pública e motivaram a atuação do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC). À época, Assúria escreveu frases ofensivas, chegando a afirmar ter “asco de acreanos” e desejar nunca mais “olhar para esse povo tão seboso”. Em outra postagem, chegou a dizer que “a coisa que mais ama no namorado é que ele não é acreano”.

A estudante é filha de Assurbanípal Mesquita, atual secretário de Indústria, Ciência e Tecnologia do Acre (Seict), e ingressou na Ufac em 2022, por meio da segunda edição do Sistema de Seleção Unificada (SiSU).

Diante da repercussão negativa, o caso foi levado ao MPAC, que instaurou procedimento para apurar a conduta da aluna. No entanto, Assúria celebrou um acordo de não persecução penal, medida prevista na legislação brasileira para casos em que o acusado reconhece a infração e aceita cumprir condições definidas pela Justiça, evitando, assim, a condenação.

Com o acordo, a estudante se comprometeu a cumprir medidas alternativas, como retratação pública e eventual prestação de serviços à comunidade, encerrando o processo sem que houvesse condenação formal.

O episódio reacendeu o debate sobre xenofobia e preconceito regional, especialmente nas redes sociais, onde a jovem chegou a ser duramente criticada por outros estudantes e por moradores do Acre.