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Secretarias de Saúde e Meio Ambiente de Xapuri são alvos de investigação após descarte ilegal de materiais hospitalares e dinheiro achado no lixo

Uma operação do Ministério Público do Acre (MP-AC) revelou uma cena digna de filme policial. As secretarias de Saúde, Meio Ambiente e até a Farmácia Municipal viraram alvo de busca e apreensão depois que os fiscais flagraram agulhas, lâminas e remédios ainda dentro do prazo de validade jogados em um aterro sanitário.

A descoberta foi feita durante uma ação do Núcleo de Apoio Técnico (NAT) em julho deste ano, e levantou suspeitas de negligência, má gestão e possível crime ambiental. Segundo o MP, o material hospitalar foi descartado sem qualquer controle, em meio ao lixo comum — um risco direto à saúde pública e um atentado às normas sanitárias.

Mas o caso ganhou contornos ainda mais sombrios com um detalhe que ninguém esperava: R$ 2,5 mil em espécie foram encontrados dentro do lixo de uma das secretarias. O dinheiro vivo estava misturado aos resíduos, e até agora, ninguém sabe (ou quer dizer) de onde veio. O MP confirmou o achado, mas mantém sob sigilo o local exato da “descoberta milionária do lixão”.

Prefeitura tenta apagar incêndio

Diante da repercussão explosiva, a prefeitura de Xapuri emitiu nota tentando explicar o escândalo. Disse estar acompanhando os “desdobramentos da investigação” e que colabora com as autoridades, “fornecendo informações e dados necessários”.

Na segunda-feira (14), antes mesmo da operação vir a público, a prefeitura publicou um decreto criando uma comissão de sindicância para apurar o caso internamente — o que, para muitos, soou mais como uma corrida para conter danos do que um ato de transparência.

“A Prefeitura de Xapuri informa que acompanha de forma atenta e responsável os desdobramentos relacionados à investigação em curso sobre o descarte irregular de medicamentos no município, iniciada após ação do Ministério Público do Estado do Acre (MPAC) no último dia 9 de julho. A administração municipal reitera que tem colaborado de forma plena com todas as autoridades competentes, fornecendo as informações solicitadas e garantindo acesso aos dados necessários para o andamento das investigações”, diz trecho da nota.

A ação contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados à administração municipal. A Justiça também autorizou a quebra de sigilos telefônicos e de computadores apreendidos, numa tentativa de rastrear mensagens, e-mails e possíveis ordens de descarte.