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Vereadora Cléo formaliza denúncia após ataques machistas durante sessão na Câmara de Feijó

A vereadora Cléo, do município de Feijó, formalizou nesta semana uma denúncia no Conselho de Ética da Câmara Municipal após ter sido alvo de ataques machistas durante uma sessão ordinária. O caso, que ganhou rápida repercussão em todo o Acre, envolve o vereador Eurico Cordeiro (PSD), que agora deverá prestar esclarecimentos e poderá responder a processos administrativos e legais pelas ofensas proferidas.

O episódio ocorreu durante uma sessão legislativa, quando Cléo e outra vereadora da Casa foram alvo de expressões pejorativas que configuram violência política de gênero. Termos como “cobra” e “santinha do pau oco”, entre outras metáforas depreciativas, foram utilizados em meio ao debate. As falas, consideradas agressões à honra e à dignidade das parlamentares, ultrapassaram os limites do confronto político e reacenderam discussões sobre o ambiente hostil enfrentado por mulheres na política.

Para especialistas e representantes de movimentos de defesa dos direitos das mulheres, o caso evidencia a persistência de práticas de violência simbólica e institucional dentro de espaços de poder, reforçando a necessidade de mecanismos de proteção às parlamentares.

Em pronunciamento, a vereadora Cléo destacou que a situação não pode ser tratada como um ataque isolado.

“Quero deixar claro que isso não é apenas um ataque pessoal. É um ataque à dignidade de uma mulher que cumpre seu mandato com seriedade. É um ataque à democracia, porque tenta silenciar minha voz por discordar, por fiscalizar e por cobrar. Palavras hostis, carregadas de machismo e desrespeito, não podem ser normalizadas dentro do parlamento”, afirmou.

A parlamentar ressaltou ainda que o Legislativo municipal deve ser um espaço de debate qualificado e não de agressões.

“A Câmara Municipal não é espaço para agressões; é espaço de debate, de argumento, de respeito. Quando um vereador se sente à vontade para ofender uma colega dessa forma, ele não fere só a mim; fere toda a população que nos elegeu para trabalhar com responsabilidade”, disse.

Cléo também reafirmou que não se deixará intimidar.

“Eu não aceitarei intimidação. Eu não aceitarei que minha imagem seja atacada por exercer meu papel. Continuarei cumprindo meu dever como vereadora, fiscalizando, cobrando e defendendo os direitos do nosso povo, como sempre fiz. Entrarei com as medidas cabíveis para que as providências sejam tomadas”, concluiu.

O Conselho de Ética deverá iniciar a análise do caso nos próximos dias. A expectativa é que o processo tenha desdobramentos tanto na esfera administrativa quanto jurídica.