Nos últimos anos, o debate sobre racismo no esporte e na sociedade ganhou força no Brasil e no mundo. Entre os casos que mais repercutiram estão os ataques sofridos pelo jogador brasileiro Vinícius Júnior, que se tornou símbolo da luta antirracista no futebol internacional, e os episódios envolvendo o humorista Rogério Morgado, denunciado por falas de teor racista em diferentes ocasiões.

A escalada de agressões racistas contra Vinícius Júnior, jogador do Real Madrid, ganhou projeção global. Desde 2021, o atleta brasileiro se tornou alvo constante de insultos em estádios, redes sociais e até em atos públicos de hostilidade.

Nos clássicos contra Barcelona, Atlético de Madrid, Mallorca, Valladolid e Betis, torcedores foram flagrados chamando Vini de “macaco”, imitando sons de primata ou proferindo ofensas como “negro de merda”. Em várias dessas partidas, o jogo precisou ser interrompido devido à gravidade das agressões.

Em maio de 2023, durante partida no estádio Mestalla, torcedores do Valencia hostilizaram o atacante desde a chegada do ônibus até os minutos finais do jogo. A situação provocou forte comoção, motivou protestos de astros do futebol e colocou a La Liga sob pressão internacional.

Em janeiro de 2023, um boneco vestido com a camisa de Vini foi pendurado em uma ponte de Madri, simulando um enforcamento. A imagem rodou o mundo e acendeu alerta sobre o nível de violência simbólica que o jogador vinha sofrendo.

Alguns casos começaram a gerar punições. Torcedores do Valencia e do Valladolid foram condenados por crime de ódio — decisões históricas no futebol espanhol e consideradas um marco para a luta antirracista.