Fortes chuvas e presença de balseiros no Rio Acre têm prejudicado o tratamento de água em Rio Branco, aponta Saerb
O Serviço de Água e Esgoto de Rio Branco (Saerb) divulgou, nesta sexta-feira (21), um comunicado alertando a população sobre a pior crise de turbidez da água registrada nos últimos anos. Segundo o órgão, as intensas chuvas desde o início do inverno amazônico e o aumento significativo da presença de balseiros no Rio Acre têm elevado drasticamente o nível de partículas em suspensão na água, dificultando o processo de captação e tratamento.
De acordo com o Saerb, em condições normais, as Estações de Tratamento de Água I e II conseguem operar com turbidez inferior a 800 NTU, garantindo a produção de até 1.600 litros por segundo. No entanto, desde outubro, os níveis têm ultrapassado marcas históricas. No dia 14 de novembro, a turbidez chegou a 3.850 NTU — o maior índice desde 2022.
Essa situação extrema forçou o órgão a reduzir a produção para preservar a qualidade da água distribuída. Em alguns dias, o corte chegou a 30%. Nas últimas semanas, a produção caiu cerca de 20%, passando para 1.280 litros por segundo. Atualmente, a capacidade está em 87,8%, com produção de 1.405 litros por segundo.
O Saerb informou que a turbidez elevada, além de comprometer o tratamento, provoca interrupções e intensifica os rodízios no fornecimento. Somente em outubro, os níveis acima de 1.000 NTU se mantiveram por 11 dias consecutivos. Em novembro, a cidade já soma sete dias com turbidez superior a 1.320 NTU.
Outro fator agravante é o grande volume de balseiros — troncos e galhos transportados pela correnteza — que se acumulam nos equipamentos de captação desde 11 de outubro, em frequência e intensidade consideradas inéditas.
A Prefeitura de Rio Branco afirma que o monitoramento é contínuo e que a produção será reajustada conforme as condições do Rio Acre melhorem. O município reforça que todas as medidas adotadas têm como objetivo garantir a segurança e a qualidade da água distribuída à população.