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Por trás das cortinas, o desequilíbrio e a falta de bom senso protegidos por um mandato federal

Por trás das cortinas, cresce a percepção de que o comportamento desequilibrado de Antônia Lúcia é blindado pelo cargo parlamentar que ela ocupa. Qualquer outro cidadão, sem o poder público que a protege, já estaria respondendo criminalmente por diversas acusações que ela lança com frequência em suas redes sociais. Acusações que, em grande parte das vezes, são usadas para manchar a honra e atacar a imagem de quem quer que entre em sua mira.

Uma coisa que Antônia Lúcia aprendeu rapidamente é que as redes sociais têm o poder de criar um cenário de julgamento intenso, quase implacável. E ela parece gostar da posição de protagonista desse tribunal digital onde se coloca como juíza, promotora e testemunha ao mesmo tempo. Ali ela apresenta relatos construídos apenas por ela, sustentados por provas que só ela diz possuir e defendidos por argumentos que se firmam unicamente na sua própria narrativa.

A deputada vem demonstrando um grau de descontrole que se repete há anos. Seus perfis, especialmente o Instagram, têm servido como ferramenta para ataques constantes, inclusive contra membros da própria família. É um comportamento que se agrava com o tempo e que, em circunstâncias normais, já teria rendido questionamentos legais sólidos caso partisse de qualquer outra pessoa fora do ambiente político.

No entanto, qualquer medida jurídica que eventualmente recaia sobre ela teria de passar pela Câmara Federal. Isso lhe concede uma espécie de imunidade prática que permite a continuidade de atitudes que ultrapassam os limites do razoável. Com isso, Antônia Lúcia se vê livre para ser irresponsável, inconsequente e, algumas vezes, intérprete de um papel para o qual nunca teve formação técnica alguma. Um papel que utiliza para transformar conflitos pessoais em episódios públicos, sempre reforçando a ideia de que sua versão dos fatos é a única que importa.

O resultado é um cenário preocupante em que a força de um mandato se mistura com impulsos emocionais e ataques pessoais, criando uma dinâmica que ultrapassa o debate político e se aproxima perigosamente do uso indevido de poder.

Por trás das cortinas, uma pessoa que visivelmente precisa ser freada, enquanto lá fora, nos faz passar vergonha representando o Acre.