Arrastão Solidário reúne motoclubes e mobiliza comunidades pela caridade em Rio Branco
O bairro Tucumã foi o ponto de partida de uma mobilização que já atravessa gerações de motociclistas em Rio Branco. O Arrastão Solidário voltou às ruas no último sábado, 13. reunindo motcuclistas em uma ação construída longe de holofotes e sustentada, há quase duas décadas, pela força do coletivo.
O projeto nasceu em 2004, atravessou interrupções e mudanças, mas não se perdeu no tempo. Quando uma iniciativa anterior deixou de existir, um grupo de motociclistas decidiu assumir a responsabilidade e manter viva a ação solidária. A partir dali, o Arrastão passou a ser organizado diretamente pelos motoclubes, que transformaram a informalidade em método e a constância em compromisso.
Atualmente, cerca de 42 motoclubes participam da mobilização em Rio Branco. Não como um bloco único, mas como uma rede articulada, que se divide entre os dias de atuação para garantir que o trabalho aconteça de forma organizada e sem sobrecarregar os grupos envolvidos. Cada clube contribui dentro de suas possibilidades, mantendo o funcionamento da ação ao longo do fim de semana.
Entre os motoclubes participantes está o Gaviões da Amazônia. Um de seus integrantes, conhecido como Miudinho, acompanha o Arrastão desde os primeiros anos e ajuda a preservar a memória do projeto. Segundo ele, “a iniciativa completa 17 anos de atuação contínua, consolidando-se como uma das ações solidárias mais duradouras organizadas por motoclubes no Acre”.
Vice-presidente do Gaviões da Amazônia, Fábio Araújo reforça que o Arrastão Solidário não é tratado como um evento isolado, mas como um compromisso permanente. “Isso aqui não é evento, é responsabilidade. Cada motoclube entende o seu papel e faz a sua parte. A gente não espera nada em troca, só quer que a ajuda chegue a quem precisa”, afirmou.
No domingo, 14, a mobilização continua a partir das 8h30, no Conjunto Universitário, com novas ações, seguindo a lógica que sustenta o projeto desde o início: atuar onde é possível chegar com segurança, com organização e com a garantia de que as doações serão entregues diretamente às famílias atendidas.
Sem palco, sem discursos e sem protagonismos individuais, o Arrastão Solidário se impõe pela repetição. Ano após ano, rua após rua, moto após moto, a ação reafirma que, quando o coletivo se organiza, a solidariedade deixa de ser exceção e passa a fazer parte da rotina da cidade.