Projeto Abraçando Filhos transforma o Natal de mulheres privadas de liberdade no Acre
Abraços que atravessam grades. A ação promoveu o reencontro entre mães e filhos, reforçando a importância dos vínculos familiares para a dignidade humana.
Para muitas famílias, o Natal é sinônimo de reencontro e convivência. Para mulheres privadas de liberdade, no entanto, a data é vivida de forma diferente, marcada pela distância dos filhos e pela espera. Foi a partir dessa realidade que o Projeto Abraçando Filhos promoveu no Acre, um encontro entre mães em cumprimento de pena e seus filhos, ressignificando o período natalino por meio do afeto e do fortalecimento dos vínculos familiares.
A ação foi realizada no átrio do Tribunal de Justiça do Acre e reuniu 21 mulheres privadas de liberdade e seus filhos em um momento de acolhimento. Durante o encontro, mães e crianças trocaram cartas, desenhos e abraços. As crianças também receberam presentes adquiridos com recursos arrecadados no bazar social promovido anualmente pelo TJAC.Direito à convivência familiar. A ação integra iniciativas voltadas à proteção da infância e ao fortalecimento dos vínculos entre mães privadas de liberdade e seus filhos.
Uma das participantes, mãe de nove filhos, conseguiu reencontrar três deles durante a ação. Para ela, o momento tem um significado que ultrapassa o encontro em si. “Quando a gente vem para cá, já vem com aquela ansiedade de ver os filhos. Quando chega e vê eles com o olhar brilhando, correndo e dizendo ‘mãe, estou aqui’, é uma felicidade que não tem preço”, relatou. Segundo ela, alguns dos filhos não vê há cerca de seis anos, mantendo contato apenas por chamadas de vídeo. “Eles são a minha motivação para suportar a pena e seguir em frente. Eu luto por eles para ser uma pessoa melhor.”Cartas, desenhos e afeto. Durante o encontro, mães e crianças trocaram mensagens e lembranças que permanecem como símbolo de cuidado e esperança.
Outra mãe participou do projeto pela primeira vez. Segundo ela, a presença no evento foi uma surpresa. “Eu estava muito triste, achando que não iria vê-los. Quando soube que viria, fiquei morrendo de alegria”, contou. Sem a carteira de visitante dos filhos, ela depende de visitas especiais para reencontrá-los. “Quando vejo meus filhos, é uma alegria que não consigo nem descrever.”
Durante o evento, a subdefensora pública-geral de Gestão Administrativa da Defensoria Pública do Acre, Simone Santiago, destacou que o encontro representa mais do que uma celebração simbólica do Natal. “Hoje se celebra o abraço, mas, acima de tudo, o amor. O amor de mãe é algo que permanece, mesmo diante das maiores dificuldades”, afirmou. Para ela, o momento deve ser guardado como memória, mas também como oportunidade de reflexão e transformação.A subdefensora pública-geral de Gestão Administrativa da Defensoria Pública do Acre, Simone Santiago, destacou o valor do afeto e da convivência familiar como elementos centrais do Projeto Abraçando Filhos, especialmente no período natalino.
A coordenadora da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do Acre, desembargadora Regina Ferrari, ressaltou que a iniciativa reconhece um vínculo que não pode ser rompido. “O amor entre mãe e filho jamais pode ser aprisionado, jamais pode ser encarcerado, jamais pode ser preso”, afirmou. Segundo a magistrada, o encontro convida à reflexão e à preparação para o retorno ao convívio social. “Mesmo cumprindo pena, essas mulheres carregam consigo um amor que não se apaga.”A coordenadora da Infância e da Juventude do Tribunal de Justiça do Acre, desembargadora Regina Ferrari, ressaltou que o amor entre mãe e filho não pode ser aprisionado e deve ser preservado mesmo em contextos de privação de liberdade.
Ao proporcionar o reencontro entre mães e filhos, o Projeto Abraçando Filhos reforça a importância da preservação dos vínculos familiares como elemento essencial para a dignidade humana e para a reconstrução de trajetórias. Em um Natal vivido de forma diferente, o afeto ocupa o lugar central. Assessoria Defensoria Pública