O uso da roupa branca na noite de réveillon, costume amplamente difundido no Brasil, tem origem em tradições de matriz africana e está associado a valores como paz, purificação espiritual e renovação. A prática, que hoje faz parte da cultura popular, ultrapassou o campo religioso e tornou-se um símbolo coletivo da virada do ano.

A tradição está ligada principalmente às religiões afro-brasileiras, como o candomblé e a umbanda, nas quais a cor branca representa respeito, equilíbrio e conexão com Oxalá, orixá associado à criação, à serenidade e à fé. Nessas religiões, o branco é frequentemente utilizado em rituais e celebrações por simbolizar limpeza espiritual e proteção.

Com o passar do tempo, o costume deixou de estar restrito aos espaços religiosos e passou a ser adotado por diferentes grupos sociais, ganhando força especialmente nas celebrações públicas de Ano-Novo. A popularização foi impulsionada por festas à beira-mar, celebrações coletivas e pela própria mídia, que ajudou a difundir o simbolismo da cor.

Atualmente, vestir branco na virada do ano representa, para muitas pessoas, o desejo de começar um novo ciclo com esperança, tranquilidade e boas energias. Mesmo quem não segue tradições religiosas costuma aderir ao costume como um gesto simbólico de renovação e otimismo.

Além do significado cultural e espiritual, a tradição movimenta o comércio, que registra aumento na procura por roupas claras nos dias que antecedem o réveillon. Peças leves e confortáveis costumam ser as mais buscadas, em razão do clima quente característico do período.