Do entusiasmo à desistência: o que a ciência explica sobre as metas de Ano Novo
Todo início de ano traz consigo uma sensação quase coletiva de renovação. Dietas, planos de estudo, mudanças de carreira e promessas de autocuidado ganham força nas primeiras semanas de janeiro, embaladas pela ideia de que “agora vai”. Esse fenômeno tem explicação científica e está ligado ao chamado “efeito novo começo”, estudado por psicólogos e cientistas do comportamento.
Segundo pesquisas na área, datas simbólicas como o Ano Novo, aniversários ou o início de um mês funcionam como marcos mentais que ajudam as pessoas a separar o “eu do passado” do “eu do futuro”. Essa divisão psicológica reduz a culpa por falhas anteriores e aumenta a motivação para adotar novos hábitos.
O problema é que esse impulso inicial costuma ser temporário. À medida que a rotina retorna ao normal e as exigências do dia a dia se impõem, a motivação tende a cair, geralmente entre o fim de janeiro e fevereiro. É nesse período que muitas metas são abandonadas, especialmente quando são vagas, ambiciosas demais ou dependem apenas de força de vontade.
Especialistas apontam que o cérebro responde melhor a objetivos claros, mensuráveis e realistas, além de recompensas de curto prazo. Estratégias como dividir grandes metas em pequenas etapas, criar prazos intermediários e associar novos hábitos a rotinas já existentes aumentam as chances de sucesso.
Mais do que um entusiasmo passageiro, o Ano Novo oferece uma oportunidade simbólica de reflexão. A ciência mostra que a sensação de recomeço pode ser poderosa desde que seja acompanhada de planejamento, constância e expectativas possíveis ao longo de todo o ano.