Por que o Ano Novo começa em 1º de janeiro: a história por trás da data
A virada do ano, celebrada com festas, fogos e promessas de recomeço, acontece sempre na mesma data: 1º de janeiro. Mas essa escolha está longe de ser natural ou universal. Ela é resultado de decisões políticas, mudanças culturais e ajustes astronômicos que atravessaram séculos até se consolidarem no calendário usado hoje em grande parte do mundo.
A herança dos romanos
A origem do 1º de janeiro como início do ano remonta à Roma Antiga. Originalmente, o calendário romano tinha apenas dez meses e começava em março, período associado à primavera no hemisfério norte e às atividades agrícolas e militares. Janeiro e fevereiro foram acrescentados posteriormente, por volta do século VII a.C.
O mês de janeiro recebeu esse nome em homenagem a Jano (Janus), deus romano das transições, das portas e dos começos. Representado com duas faces uma voltada para o passado e outra para o futuro, Jano simbolizava exatamente a ideia de passagem e renovação, o que reforçou o significado simbólico do mês.
Júlio César e a reforma do calendário
A consolidação do 1º de janeiro como início oficial do ano ocorreu em 46 a.C., durante o governo de Júlio César. Com o auxílio de astrônomos egípcios, ele promoveu uma ampla reforma no calendário romano, criando o chamado calendário juliano.
A mudança teve motivações práticas e políticas. Janeiro passou a marcar o início do ano administrativo, quando os novos cônsules romanos assumiam seus cargos. Além disso, a reforma buscava alinhar o calendário civil ao ciclo solar, reduzindo distorções acumuladas ao longo do tempo.
Com a expansão do Império Romano, esse modelo de calendário foi sendo adotado em diversas regiões da Europa, influenciando profundamente a organização do tempo no Ocidente.