Rio Branco, AC, 23 de novembro de 2024 19:35
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João Marcos Luz fala da Parada Gay de São Paulo, e esquece das ruas esburacadas de Rio Branco

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O vereador João Marcos Luz (PL), líder do prefeito na Câmara Municipal de Rio Branco (CMRB), conhecido por sempre se envolver em conflitos, e por ser pouco propositivo no que diz respeito a benefícios da capital acreana, usou de sua fala em dessa na manhã desta terça-feira, 04, para falar, mais uma vez, sobre São Paulo.

Luz comentou repudiando a Parada LGBTQIA+ em São Paulo com marcha das crianças trans, que aconteceu no último domingo, 2. O vereador disse que pretende criar um Projeto de Lei (PL) para que crianças sejam proibidas de participar de eventos que tenham como temática o direito dos homossexuais.

“Quero deixar claro o meu repúdio, o que aconteceu lá em São Paulo, no maior movimento LGBT da América Latina, que teve o primeiro bloco de crianças trans, isso é um absurdo, nós não podemos aceitar isso, isso é um crime com as crianças. Pedi para a minha assessoria preparar um projeto para que seja proibida a participação de crianças na marcha LGBT, porque certamente esse movimento vai chegar aqui, e nós não queremos as nossas crianças sendo contaminadas”, frisou o vereador.

Um ponto importante a ser destacado, é que as ruas da capital acreana, em bairros como Vitória, São Francisco, João Eduardo e Esperanca, estão em completo desmazelo e abandono. No entanto, tal pauta que beneficia diretamente a população de Rio Branco, parece não ser do interesse do vereador que também é conhecido por fazer tribunas de rua sem público.

O Alerta Cidade procurou o ativista da população LGBTQIA+ no Acre, Germano Marino, que encaminhou uma nota.

“Esse movimento de apresentação de Leis Municipais e Estaduais para proibir a participação de crianças e adolescentes em Paradas do Orgulho LGBT+ já vem acontecendo no Brasil todo. Tava demorando que algum parlamentar acreano apresentasse aqui no Acre. É um projeto conservador e homotransfobico.

Os parlamentares tem o direito de apresentar projetos de acordo com suas ideologias, nós os defensores dos direitos humanos da população LGBTQIA+ também temos o direto de recorrer ao Ministério Público do Estado do Acre (MP/AC) e ao Supremo Tribunal Federal (STF), para pedir a nulidade frente a inconstitucionalidade do projeto, sem esquecermos o cunho racista e homotransfobico.

Agora em época de eleição, querem aparecer. No entanto, não passam de homofóbicos e transfóbicos.
E até bom que isso aconteça, daí os LGBTQIA+ acreanos não votem em quem apresenta esses projetos e ainda fazem campanha contrária. Visto o último exemplo dos que votaram no Estatuto da Família”.

Germano Marino
Secretário Associação de Homossexuais do Acre (AHAC).