O Acre é um dos estados com menor adesão à Profilaxia Pré-Exposição ao HIV (PrEP), segundo dados mais recentes. Atualmente, cerca de 300 pacientes fazem uso contínuo da medicação no estado, de um total de aproximadamente 500 pessoas cadastradas no programa. O baixo número de usuários regulares coloca o Acre entre os últimos do país em adesão, ficando Top 3 do ranking nacional.
O que é a PrEP e para quem é indicada?
A PrEP é uma medida de prevenção que oferece uma alternativa adicional ao preservativo, sendo indicada para pessoas com exposições eventuais ao HIV, mas que não necessitam de uso contínuo de medicamentos antirretrovirais como quem vive com o vírus. No entanto, o uso da PrEP exige acompanhamento médico e exames regulares para monitorar possíveis reações ao medicamento e garantir sua eficácia.
Conforme explicado, o processo de adesão à PrEP inclui consultas e exames mensais no início do tratamento. Após a estabilização, as visitas passam a ser realizadas a cada dois ou três meses, além de exames anuais de rotina. Os pacientes têm acesso a uma série de serviços de saúde, como testes rápidos para HIV, preservativos, vacinas (incluindo HPV), e outros exames necessários para acompanhar sua saúde.
Por que a adesão é baixa no Acre?
Entre os principais fatores que dificultam a adesão contínua estão:
• Dificuldade de manter a rotina de consultas e exames, especialmente entre os jovens, que são mais propensos a abandonar o tratamento;
• Falta de responsabilidade com a própria saúde, apontada como um dos desafios para o público mais jovem;
• Efeitos colaterais do medicamento, como náusea, diarreia e fadiga, que são mais comuns nos primeiros dias de uso e raramente levam à interrupção definitiva;
Apesar disso, a maioria dos pacientes que interrompem o uso da PrEP o faz por motivos pessoais, como a percepção de que não precisam mais do medicamento devido à redução da frequência de relações sexuais.
Os benefícios e desafios do programa
Além da prevenção ao HIV, o programa PrEP oferece uma abordagem integrada de saúde, incluindo diagnóstico, acompanhamento e acesso a múltiplas formas de prevenção. Mesmo assim, o estado enfrenta desafios em ampliar o alcance e a adesão.
A coordenação local ressalta que a PrEP é segura e eficaz, com raros casos de efeitos colaterais graves ou alterações nos exames laboratoriais. “O medicamento é bem tolerado pela maioria dos pacientes, e os efeitos colaterais, quando surgem, são leves e passageiros”, explica um especialista.
O que precisa melhorar?
Para ampliar o uso da PrEP no Acre, é necessário investir em educação sobre saúde sexual, melhorar o acesso a serviços de saúde e criar estratégias específicas para atrair e reter o público mais jovem, que representa a maioria dos pacientes que abandonam o tratamento.
A PrEP é uma ferramenta fundamental na luta contra o HIV, mas, no Acre, ela ainda enfrenta resistência e desafios para se tornar parte da rotina de prevenção da população. A continuidade do programa depende de conscientização e da adesão da sociedade como um todo.