Rio Branco, AC, 15 de abril de 2025 19:47
photo-output-3.jpg

Alan Rick rebate declarações de Sebastião Bocalom e desafia prefeito a audiência técnica pública

Facebook
X
WhatsApp
Threads

Em nota contundente à imprensa divulgada neste domingo, 06, o senador Alan Rick (União Brasil) respondeu às recentes declarações do prefeito de Rio Branco, Sebastião Bocalom (PL), sobre projetos estruturantes em andamento no Acre. O parlamentar acusou o prefeito de distorcer informações importantes, travar iniciativas de interesse público e comprometer o desenvolvimento do estado.

No centro da polêmica está o projeto de construção e gestão dos aterros sanitários regionais, que prevê a estruturação de soluções sustentáveis para o tratamento de resíduos sólidos em todos os 22 municípios acreanos. Segundo Alan Rick, diferentemente do que tem afirmado o prefeito, não há risco de endividamento para as prefeituras. O projeto, segundo ele, é 100% financiado pelo Ministério da Integração e Desenvolvimento Regional (MIDR), por meio do Fundo de Desenvolvimento da Infraestrutura Regional Sustentável (FDIRS), com custo estimado de até R$ 15 milhões — sem ônus para os municípios ou consórcios locais.

“O prefeito está mal informado ou age de má-fé ao insinuar falta de seriedade. Estamos tratando de um projeto técnico, com respaldo do TCU, inspirado no modelo do Amapá e com interesse formal de empresas brasileiras e europeias no leilão. Já a proposta defendida por ele sequer tem acompanhamento de órgãos de controle”, declarou Alan Rick.

O senador também relembrou que a atual gestão de Bocalom rejeitou, em 2021, um projeto de saneamento básico financiado pelo BNDES, o que resultou na perda de milhões de reais e no agravamento da crise de abastecimento de água em Rio Branco. “A ETA I está colapsada, a ETA II desativada por falta de manutenção, e a população sofre. Isso é reflexo da recusa irresponsável de um projeto estruturante”, disparou.

Para Alan Rick, a solução alternativa proposta pelo prefeito – inspirada em regiões com realidade econômica e geográfica completamente distintas – é impraticável para o Acre. O modelo exigiria que cada município criasse sua própria estrutura de coleta e transportasse os resíduos até Rio Branco. “Assis Brasil teria que percorrer mais de 340 km para destinar o lixo. Tarauacá precisaria investir R$ 110 milhões em equipamentos. Isso sim é insustentável”, afirma o senador.

Ele reforça que, enquanto o debate político se prolonga, os lixões continuam a contaminar mananciais e colocar a saúde pública em risco. Para resolver o impasse, Alan Rick lançou um desafio público a Bocalom:

“Que realizemos uma audiência técnica, com mediação da UFAC ou do IFAC, e participação de órgãos de controle, prefeitos, técnicos do MIDR e representantes dos dois projetos. Que cada lado apresente seus dados, estudos e propostas. O povo do Acre merece respeito e verdade.”

Além da questão dos aterros sanitários, Alan Rick também responsabilizou a Prefeitura de Rio Branco pela paralisação do processo de cessão de área para a construção do novo batalhão do 7º BEC. Segundo ele, a proposta está parada há mais de um ano por omissão do Executivo municipal.

“Participei de reuniões com o Exército, levei o projeto à Câmara e até parlamentares da base reconheceram que o problema está na falta de ação da prefeitura. Se o prefeito quisesse resolver, já teria liderado as negociações com os proprietários da área”, afirmou.

Na parte final da nota, Alan Rick acusou Bocalom de comprometer o futuro dos municípios ao travar iniciativas que podem transformar a infraestrutura e os serviços básicos no estado.

“A política não é lugar para vaidades. É lugar de resolver problemas com seriedade. O tempo das promessas vazias já passou. É hora de compromisso com o Acre e com o povo acreano”, concluiu.

A troca de farpas entre os dois líderes evidencia uma disputa política que vai além das diferenças administrativas, refletindo o embate entre visões distintas de desenvolvimento e gestão pública. Enquanto isso, os desafios estruturais do estado continuam exigindo soluções urgentes e cooperação entre os entes públicos.