Por George Nalor
A capital acreana tem enfrentado um cenário preocupante em relação a COVID-19. Em um curto espaço de apenas uma semana, o aumento de casos confirmados na cidade saltou alarmantes 400%, acendendo um sinal vermelho nas autoridades de saúde.
A Secretaria de Saúde do Acre (Sesacre) está atenta ao avanço da doença e já começa a implementar medidas para conter essa escalada preocupante.
Embora o número de casos confirmados tenha disparado, as Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) da capital permanecem, felizmente, sem registros de casos graves. Essa situação é um reflexo direto da ampla campanha de vacinação que vem sendo realizada no estado. A vacinação tem se mostrado crucial para a redução significativa de casos graves e óbitos, especialmente entre 2023 e 2024.
De acordo com dados epidemiológicos, a incidência da COVID-19 em 2023 foi de 896,1 casos por 100.000 habitantes, com destaque para o município de Cruzeiro do Sul, que apresentou os números mais elevados. No entanto, em 2024, até a Semana Epidemiológica 49, essa incidência caiu para 269,4 casos por 100.000 habitantes, com Assis Brasil liderando os registros. Essa diminuição é um indicativo positivo, mas a recente alta em Rio Branco traz à tona a necessidade de vigilância contínua.
A distribuição dos casos confirmados em 2024 revela que Assis Brasil apresenta a maior incidência, seguido por Cruzeiro do Sul e, por último, Rio Branco. A análise demográfica dos casos indica que a faixa etária mais afetada é de 30 a 39 anos para o sexo feminino e de 40 a 49 anos para o masculino, com uma predominância de 63,6% de casos entre mulheres. Além disso, a maioria dos pacientes confirmados pertence à raça parda (65,0%), seguidos por brancos (11,2%) e amarelos (10,7%).
Os dados sobre a mortalidade revelam que a maioria dos óbitos ocorreu em pessoas acima de 60 anos, com uma leve predominância no sexo masculino. Chama a atenção o fato de que 68,9% dos falecidos apresentavam comorbidades, o que reforça a importância da vacinação e do acompanhamento médico para grupos de risco.
O cenário atual apresenta uma letalidade de 0,4% e um coeficiente de mortalidade de 45 óbitos por 100 mil habitantes. O município de Bujari se destaca com os maiores índices de mortalidade e letalidade, o que demanda uma resposta rápida das autoridades locais.
Em resposta ao aumento dos casos, a Secretaria de Saúde do Acre já está implementando medidas como intensificação de campanhas de vacinação, fiscalização de aglomerações e orientação à população sobre a importância do uso de máscaras em locais fechados. A participação da comunidade é fundamental para reverter esse quadro e garantir que o aumento de casos não se transforme em uma nova onda de internações.
Foto Junior Aguiar – Secom Acre