Enquanto Rio Branco enfrenta desafios locais urgentes como alagamentos, problemas no transporte público e dificuldades na saúde básica, o prefeito Sebastião Bocalom (PL) cumpre agenda em Brasília, participando da 87ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitos (FNP). O evento, que reúne gestores de todo o Brasil para debater temas como governança tributária, isenção de impostos e segurança pública, foi palco para o prefeito apresentar ações já divulgadas anteriormente, como o programa Rio Branco Mais Segura e a iluminação em LED em 100% da capital.
A viagem, no entanto, levanta dúvidas: qual o retorno prático e imediato dessa participação para os cidadãos da capital acreana? Embora o gestor tenha sido citado positivamente por colegas de outras cidades, os moradores de Rio Branco ainda enfrentam problemas estruturais graves que seguem sem solução, enquanto os investimentos em viagens institucionais continuam a ocorrer com frequência.
Outro ponto levantado por Bocalom durante sua fala foi a cobrança à Justiça por mudanças nas audiências de custódia, tema que, embora relevante no debate nacional sobre segurança pública, escapa da alçada direta do poder municipal. A crítica ao sistema judiciário pode soar mais como discurso político do que uma contribuição efetiva com propostas viáveis no âmbito da prefeitura.
Além disso, o prefeito foi eleito vice-presidente de Agronegócio da FNP, o que pode ser visto como um reconhecimento político, mas novamente levanta a pergunta: como essa posição vai se traduzir em melhorias concretas na vida da população de Rio Branco?
Em tempos de contenção de gastos e busca por soluções locais eficazes, a participação de autoridades em eventos nacionais precisa ser acompanhada de transparência e resultados práticos. Caso contrário, corre-se o risco de transformar agendas institucionais em meras vitrines políticas, distantes das prioridades reais da população.
