Nesta semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciou a proibição da comercialização, manipulação e uso dos chamados “chips da beleza” em todo o Brasil.
A medida atinge diretamente os implantes hormonais manipulados em farmácias, cuja popularidade cresceu nos últimos anos devido à promessa de benefícios estéticos e melhora de sintomas como fadiga e menopausa.
Os implantes, que têm o tamanho aproximado de um palito de fósforo e são aplicados de forma subcutânea, contêm um ou mais tipos de hormônios e costumam ser prescritos tanto para fins estéticos quanto para tratar sintomas clínicos. No entanto, a Anvisa destacou que esses produtos não possuem registro junto à agência, o que significa que não há garantias sobre sua qualidade, segurança ou eficácia.
Segundo a agência, a decisão de suspender a manipulação e comercialização dos implantes hormonais foi motivada por relatos de complicações sérias em pacientes que fizeram uso dos produtos. Entre os principais riscos associados ao uso dos “chips da beleza” estão elevação do colesterol, hipertensão arterial, acidente vascular cerebral (AVC) e arritmias cardíacas.
“A gente vem observando um aumento dos eventos de danos à saúde da população. Então, quando ocorre esse tipo de problema, a gente tem a obrigação, como agência sanitária, de mitigar esse risco e a medida preventiva tem esse propósito. E junto de uma avalidação com seu médico, verificar a necessidade de retirar ou acompanhar esse implante que está no paciente. Essa é uma avaliação médico-paciente”, afirma Marcus Aurélio Miranda de Araújo, gerente-geral de fiscalização da Anvisa.