O Movimento Democrático Brasileiro (MDB) do Acre e o Partido dos Trabalhadores (PT) foram destaque nas articulações políticas desta terça-feira, 04. mas não da forma como esperavam. Os partidos protagonizaram o que vem sendo chamado nos bastidores políticos de “arruaça” para tentar impor suas vontades na composição das comissões parlamentares. Entretanto, a estratégia revelou a fragilidade das siglas, estando o MDB com apenas 3 vereadores e somando os votos nominais totais em 20.461, e o PT com apenas 8.971, tendo assim baixa representatividade na Câmara Municipal de Rio Branco.
Apesar de ter se aliado ao PT, algo considerado previsível, o MDB continua sem força política suficiente para competir com os outros blocos formados. A sigla foi rapidamente ofuscada pela união de partidos como Progressistas, União Brasil e PL, além do fortalecido Bloquinho, que reúne cinco vereadores em torno de uma agenda própria.
A tentativa de impor sua participação nas comissões acabou ajudando, de forma indireta, o prefeito Sebastião Bocalom (PL). A pressão exercida pelo MDB e seus aliados contribuiu para o adiamento da votação das comissões, o que dá mais tempo para o prefeito articular sua influência e garantir o controle das principais cadeiras do Legislativo municipal.
Com o cenário político atual, o que deve restar ao MDB é, no máximo, uma vaga de suplência nas comissões, confirmando sua posição de coadjuvante nas disputas internas da Câmara. Para analistas, o episódio demonstra que, sem uma base sólida ou articulação eficiente, o partido enfrenta dificuldades para recuperar a relevância que já teve no passado.
A votação das comissões foi suspensa pelo presidente da Câmara, Joabe Lira (União Brasil), e ainda não tem data definida, mas a configuração atual favorece os blocos que demonstraram maior coesão e articulação, deixando o MDB com poucas opções para se reerguer.