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Após sete anos, Justiça mantém absolvição de policiais envolvidos na morte de menina de 11 anos em operação no Acre

Depois de sete anos de espera e um dos julgamentos mais longos da história do Judiciário acreano, a Justiça decidiu manter, por maioria, a absolvição dos cinco policiais militares acusados de envolvimento na morte de três pessoas — entre elas, Maria Cauane da Silva, de apenas 11 anos — durante uma operação policial no bairro Preventório, em Rio Branco. O crime ocorreu em maio de 2018, durante uma ação do Batalhão de Operações Especiais (BOPE).

A absolvição dos réus aconteceu no ano passado, em dezembro de 2024, ao fim de um júri que durou cinco dias. Nesta quinta-feira (2), o Tribunal de Justiça do Acre analisou um recurso do Ministério Público que pedia a anulação desse julgamento.

Dois dos três desembargadores da Câmara Criminal já votaram: ambos mantiveram a decisão que absolveu os policiais. O terceiro membro, o desembargador Samuel Evangelista, pediu vista do processo, alegando necessidade de mais tempo para análise. Com dois votos contrários ao recurso, já há maioria pela manutenção da absolvição.

Relembre o caso

Durante a operação do BOPE em 2018, três pessoas foram mortas: a criança Maria Cauane da Silva, atingida por um disparo de fuzil, além de Gleiton Silva Bordes e Edmilson Fernandes da Silva Salles. Outros dois civis também ficaram feridos.

Os policiais Antônio de Jesus Batista e Alain Melo Martins foram acusados pelos homicídios de Maria Cauane e Gleiton Borges. Já os policiais José Mar de Farias Vardimir e Raimundo Costas foram denunciados pela morte de Edmilson Salles.

Apesar da gravidade do caso e da comoção pública, o processo se arrastou por anos. Um pedido de prisão preventiva chegou a ser protocolado, mas foi negado. O julgamento dos réus só aconteceu em dezembro de 2024 — seis anos após os fatos.

O promotor Carlos Pescador, responsável pelo caso, declarou que, mesmo diante do resultado parcial, o MP deve continuar recorrendo. Caso o recurso não prospere no Tribunal de Justiça, o órgão pretende levar o caso ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) e ao Supremo Tribunal Federal (STF). As informações foram confirmadas durante o Gazeta Alerta, na TV Gazeta.