Bebê que quase foi enterrado vivo morre vítima de sepse neonatal e choque séptico, infecções graves que causam falência de órgãos
O recém-nascido prematuro de apenas cinco meses de gestação, que havia sido dado como morto na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, e depois encontrado com sinais vitais antes do sepultamento, morreu na noite de domingo (26).
De acordo com informações médicas, a causa do óbito foi sepse neonatal seguida de choque séptico, quadro grave de infecção que provoca inflamação generalizada e falência múltipla dos órgãos.
A sepse neonatal é uma infecção sistêmica que acomete recém-nascidos, especialmente os prematuros, e ocorre quando micro-organismos, como bactérias, vírus ou fungos, entram na corrente sanguínea, desencadeando uma resposta inflamatória intensa no organismo. Esse processo pode se desenvolver rapidamente e, sem tratamento adequado, evoluir para o choque séptico, a fase mais grave da doença.
Os médicos classificam a sepse neonatal em dois tipos: a precoce, que aparece nas primeiras 72 horas de vida e geralmente está ligada a infecções transmitidas da mãe para o bebê durante a gestação ou o parto; e a tardia, que ocorre após esse período, muitas vezes associada a infecções adquiridas no ambiente hospitalar. Entre os sintomas mais comuns estão dificuldade respiratória, febre ou hipotermia, sonolência excessiva, recusa alimentar, coloração arroxeada da pele e batimentos cardíacos irregulares.
O choque séptico é a evolução mais grave da sepse e acontece quando a infecção provoca uma queda acentuada da pressão arterial, impedindo que o sangue circule adequadamente e chegue aos órgãos vitais. Esse quadro leva à falência de múltiplos órgãos, exigindo tratamento intensivo em unidade de terapia intensiva (UTI). O tratamento inclui o uso de antibióticos potentes, reposição de líquidos e medicamentos vasoativos para estabilizar a pressão arterial, além de suporte respiratório e monitoramento contínuo. Mesmo com todos os cuidados, as chances de sobrevivência são reduzidas, principalmente em casos envolvendo recém-nascidos extremamente prematuros.
O caso do bebê causou comoção em todo o estado. Após ter sido declarado morto e encaminhado para o necrotério, ele foi encontrado com sinais vitais por familiares no momento do sepultamento, o que levou ao retorno imediato da criança à maternidade. A Delegacia Especializada de Proteção à Criança (DEPC) investiga as circunstâncias do atendimento, e a Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) informou que os profissionais envolvidos foram afastados até a conclusão das apurações.