O Brasil recebeu nesta semana um marco importante na saúde pública: a recertificação de eliminação do sarampo, rubéola e Síndrome da Rubéola Congênita (SRC). O reconhecimento foi concedido pela Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) ao Ministério da Saúde, reafirmando o compromisso do país com o controle dessas doenças altamente contagiosas e preveníveis por vacinação.
A conquista marca o retorno do Brasil ao status de zona livre do sarampo, obtido pela primeira vez em 2016, mas perdido em 2019 devido a surtos significativos. Entre fevereiro de 2018 e fevereiro de 2019, foram registrados 10.374 casos, com o pico em julho de 2018, quando 3.950 casos foram confirmados em um único mês.
Desde então, o Brasil reforçou esforços para conter a transmissão e, em junho deste ano, completou dois anos sem casos autóctones de sarampo, ou seja, com transmissão dentro do território nacional. O último caso registrado foi em 5 de junho de 2022, no Amapá. Todos os novos registros após essa data ocorreram em pessoas que vieram do exterior.
A recertificação é atribuída, em grande parte, ao aumento significativo na cobertura vacinal. A primeira dose da vacina contra o sarampo, que chegou a cobrir mais de 95% da população em 2016, sofreu uma queda acentuada, atingindo apenas 74% em 2021. Entretanto, os índices começaram a se recuperar e, em 2024, já alcançam 91%. A adesão à segunda dose, historicamente menor, também apresentou crescimento expressivo, superando 80% neste ano.
A OPAS destacou a importância de manter a vigilância e as campanhas de imunização para evitar novos surtos e garantir que o Brasil permaneça livre dessas doenças. O Ministério da Saúde, por sua vez, reforçou a necessidade da adesão contínua à vacinação, especialmente em crianças, para preservar essa conquista e proteger a saúde da população.
Esse resultado demonstra o impacto positivo de políticas públicas coordenadas, evidenciando o papel fundamental da vacinação como ferramenta de prevenção e controle de doenças.