O Brasil mantém uma posição alarmante no cenário global ao registrar o maior número de assassinatos de pessoas trans e travestis pelo 16º ano consecutivo. Em 2024, foram contabilizadas 122 mortes, uma redução de 16% em relação a 2023, que teve 145 casos. Apesar da diminuição, o país continua liderando os índices globais de violência contra essa população.
A maioria das vítimas são travestis e mulheres trans, jovens entre 15 e 29 anos, negras e nordestinas. Muitas delas enfrentam vulnerabilidades sociais significativas, como a prostituição, que representa a principal fonte de renda para 57% das vítimas.
Os crimes são frequentemente marcados por extrema violência, com mutilações e brutalidade. Além disso, a impunidade é uma constante, com poucos casos sendo investigados ou resultando em condenações.
A escassez de dados oficiais sobre violência contra pessoas trans e travestis contribui para a subnotificação dos casos, dificultando a implementação de políticas públicas eficazes. A falta de reconhecimento e proteção legal agrava a situação de vulnerabilidade dessa população.
Apesar do cenário adverso, organizações como a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e a Casa Chama têm desempenhado um papel crucial na defesa dos direitos e na assistência a pessoas trans e travestis. Essas entidades oferecem suporte jurídico, psicológico e social, além de promoverem ações de visibilidade e conscientização.
A persistência da violência contra travestis e pessoas trans no Brasil evidencia a necessidade urgente de políticas públicas inclusivas, educação para a diversidade e combate à transfobia. É fundamental que a sociedade e o Estado reconheçam e protejam os direitos dessa população, promovendo uma cultura de respeito e igualdade.