Cada vez mais jovens recorrem à venda de conteúdo sexual na internet como nova profissão, aponta estudo
No mundo digital, um número crescente de jovens tem transformado a produção de conteúdo sexual em uma fonte de renda profissional. Plataformas por assinatura como OnlyFans e serviços brasileiros similares têm atraído principalmente pessoas entre 18 e 24 anos, que encontram nesses espaços uma oportunidade de ganhar dinheiro de forma direta com seus seguidores. Um estudo recente aponta que, entre os criadores de conteúdo adulto nessas plataformas, a faixa etária predominante é justamente a dos jovens adultos, com predominância feminina, reforçando a presença de pessoas nessa faixa de idade nessa atividade econômica.
Esse crescimento acontece em um contexto no qual muitos jovens enfrentam dificuldades no mercado de trabalho tradicional. Dados e relatos apontam que desemprego e busca por independência financeira estão entre as razões que levam jovens de periferias e regiões urbanas a optar por produzir e vender conteúdo digital adulto. Plataformas como OnlyFans e Privacy se tornaram meios pelos quais novos entrantes conseguem monetizar vídeos, fotos e interações pagas, com valores de assinaturas que podem variar de dezenas a centenas de reais, dependendo do público e do engajamento.
A percepção social em torno dessa prática também está mudando. Uma enquete recente revelou que 64% das pessoas não consideram a venda de conteúdo adulto como prostituição tradicional, refletindo uma mudança cultural no modo como esse trabalho é visto no ambiente digital.
Por outro lado, o fenômeno levanta debates sobre estigma, proteção e segurança. Criadores relatam que contas podem ser removidas ou censuradas em redes sociais, e que o suporte das plataformas muitas vezes é limitado, expondo-os a riscos de assédio online e à precariedade das regras de uso.
A presença crescente de conteúdo adulto nas redes também influencia a percepção de jovens sobre sexualidade e trabalho, debatida amplamente tanto em estudos acadêmicos quanto em reportagens sobre os efeitos dessa normalização digital na formação de identidade e nas escolhas profissionais.
Dessa forma, a venda de conteúdo sexual torna-se parte de uma discussão maior sobre o futuro do trabalho digital, a autonomia econômica dos jovens e os limites éticos e sociais impostos por plataformas e pela sociedade em geral.