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Cadê a médica? O silêncio que revolta o Acre após bebê ser dado como morto, acordar no velório e morrer dias depois

O caso que chocou o Acre e comoveu o país ainda está cercado de perguntas sem respostas. O bebê que foi declarado morto na Maternidade Bárbara Heliodora, em Rio Branco, voltou a apresentar sinais vitais durante o próprio velório, foi socorrido novamente, lutou por dois dias pela vida, mas acabou falecendo na segunda-feira (28) em decorrência de sepse. Desde então, a principal dúvida que ecoa entre familiares e na população é: onde está a médica que assinou o atestado de óbito?

De acordo com informações apuradas, o parto foi prematuro extremo, o bebê nasceu com cerca de 23 semanas de gestação e teria sido dado como morto logo após o nascimento. Segundo registros hospitalares, a equipe de plantão teria realizado os procedimentos de reanimação, mas sem sucesso. No entanto, o que aconteceu depois transformou o caso em uma das maiores controvérsias médicas da história recente do estado.

Durante o velório, familiares perceberam que o bebê se mexia e chorava dentro do caixão. Em desespero, o corpo foi levado às pressas de volta à maternidade. A criança foi internada em estado crítico, mas não resistiu.

O ponto que mais causa indignação é que, mesmo após o episódio, a médica responsável pela assinatura do atestado de óbito permanece em silêncio. Documentos apontam que uma profissional atestou verbalmente o falecimento, mas quem assinou o documento oficial teria sido outra médica. Isso reforça a necessidade de esclarecimentos urgentes sobre como o procedimento foi conduzido e se houve erro técnico ou falha administrativa.

O que se sabe até agora

A Secretaria de Estado de Saúde do Acre (Sesacre) confirmou a morte definitiva do bebê e informou que o caso está sendo investigado internamente. O Conselho Regional de Medicina do Acre (CRM-AC) instaurou sindicância sigilosa para apurar a conduta das profissionais envolvidas. A Polícia Civil abriu inquérito para investigar possível negligência médica, com o acompanhamento do Ministério Público do Acre (MP-AC). A direção da Maternidade Bárbara Heliodora afirma que todos os protocolos de reanimação foram seguidos e que está colaborando com as investigações.

Apesar das instituições afirmarem que as apurações estão em andamento, o silêncio da médica que declarou a morte do bebê tem revoltado a população. Nas redes sociais, crescem os pedidos por transparência e responsabilização. “Cadê a médica?”, “Por que ninguém fala nada?” e “Quem vai responder por isso?” são algumas das perguntas mais repetidas por acreanos que acompanham o caso.

O Conselho Regional de Medicina limita-se a dizer que, por se tratar de processo ético, tudo corre em sigilo, o que aumenta ainda mais a pressão da opinião pública.

Enquanto isso, a família da criança vive um luto duplo: o da perda e o da incerteza. A mãe, que viu o filho nascer, morrer, reviver e morrer novamente, cobra justiça. “Eu só quero saber o que realmente aconteceu com meu bebê. Eu quero respostas”, desabafou em entrevista a portais locais.

O caso, agora conhecido em todo o país, expõe não apenas a dor de uma família, mas também a urgência de transparência e responsabilidade dentro da medicina pública acreana. Até que a verdade venha à tona, uma pergunta continuará ecoando entre os acreanos:

cadê a médica?