Candidata diz ter perdido votos e aponta supostas falhas na apuração da eleição para juiz de paz no Acre
A candidata a juíza de paz em Rio Branco, Janine Dourado afirma ter sido prejudicada por supostas falhas operacionais durante o processo eleitoral para escolha de juízes e juízas de paz no Acre, realizado no último domingo (30). A votação, organizada pelo Tribunal de Justiça do Estado do Acre (TJAC) — em um modelo inédito no país — tem sido alvo de questionamentos após supostas inconsistências relatadas por candidatos e apoiadores.
Segundo Janine, os problemas começaram ainda na fase de inscrição. Ela afirma ter enviado toda a documentação exigida pelo sistema eletrônico do TJAC, incluindo certidões e foto, mas, ao sair a primeira publicação de candidatos deferidos e indeferidos, seu nome não aparecia em nenhuma das listas.
“Sumiram com as minhas certidões com as coisas que eu apresentei, corri mais uma vez, entreguei tudo novamente, tudo certinho e aguardei a nova publicação”, disse Janine.
No dia da eleição, Janine relata ter enfrentado mais dificuldades. Ela diz ter sido informada por um servidor do TJAC de que não poderia registrar, nem mesmo do lado de fora, sua presença votando — prática comum em eleições convencionais.
O funcionário teria explicado que todo o processo, exceto as urnas, era conduzido exclusivamente pelo Tribunal de Justiça, e não pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE).
A maior contestação, porém, surgiu durante a apuração. Imagens e prints enviados à candidata mostrariam uma suposta oscilação incomum na quantidade de votos atribuída a ela ao longo da transmissão oficial. Na primeira apuração, em que 100% das urnas em Rio Branco já haviam sido apuradas, Janine aparecia com 839, e depois com 811.
“Do nada teve uma atualização, que eu aparecia com 811 votos. Nunca na história do Brasil e do mundo, um candidato perde voto. Nunca aconteceu isso, através das urnas eletrônicas”, contestou a candidata.
De acordo com a presidente da comissão eleitoral de Rio Branco, juíza Luana Campos, todas as etapas do processo foram transparentes. A assessoria de comunicação do TJAC destacou que houve uma oscilação durante a contagem dos votos, mas reforçou a lisura do processo eleitoral.
Ainda segundo a comunicação da instituição, a homologação do resultado acontecerá após a contagem manual dos Boletins de Urna, que estará acessível para conferência de forma on-line e presencial, na sede do tribunal.