China exige qualificação e transparência de influenciadores em áreas especializadas

A Cyberspace Administration of China (CAC) impôs uma nova e rigorosa regulamentação que exige que os influenciadores digitais do país comprovem qualificação formal para atuar em áreas especializadas.

Criadores de conteúdo que abordam temas como finanças, saúde, medicina, direito ou educação agora são obrigados a apresentar diploma, licença ou certificado profissional para produzir material.

A medida visa reforçar o controle estatal e a credibilidade na comunicação online, em um mercado de influência avaliado em mais de 1,2 trilhão de yuans.

A responsabilidade de fiscalização se estende às principais plataformas digitais chinesas, como Douyin (versão local do TikTok), Weibo e Bilibili, que passam a ser obrigadas a verificar as credenciais dos criadores.

Além da comprovação de formação, a nova regulamentação exige que os influenciadores sinalizem o uso de material gerado por inteligência artificial ou quando as informações forem provenientes de fontes específicas.

O objetivo é permitir que o público consiga distinguir claramente o que é opinião, dado técnico ou conteúdo artificialmente gerado.
Em um esforço para coibir as chamadas “promoções disfarçadas”, a CAC também proibiu a publicidade de produtos médicos, suplementos e alimentos funcionais veiculados como conteúdo educativo.

Do ponto de vista econômico, a mudança é significativa, pois milhares de pessoas na China vivem da criação de conteúdo, muitas sem formação formal nas áreas técnicas que abordam.

A norma abre espaço para que profissionais formalmente qualificados, como médicos e economistas, se tornem a nova geração de criadores de conteúdo especializado.

A regulamentação chinesa reforça o controle sobre o ambiente digital e inaugura um debate global sobre a responsabilidade técnica e a credibilidade na comunicação online.