Ano após ano, a cena se repete em Rio Branco: o Rio Acre transborda, invade bairros, desabriga famílias. Ainda assim, mesmo com tanta água ao redor, falta água nas torneiras. Quando o rio está seco, falta água. Quando o rio está cheio, falta água. E, como sempre, a responsabilidade se dilui no ar, evaporando junto com as justificativas vazias.
O mais curioso é que, independentemente do nível do rio, a população enfrenta o mesmo problema: a precariedade no abastecimento de um recurso essencial. Setembro, outubro e agosto chegam com a estiagem severa, e as torneiras secam. Fevereiro e março trazem as cheias, e as torneiras continuam secas. O ciclo se repete, sem solução, sem planejamento, sem qualquer resposta concreta para quem sofre diariamente com a incerteza de ter ou não água para beber, cozinhar e viver.
Diante desse cenário, a gestão municipal prefere jogar a culpa para lá e para cá. Culpa-se a seca, culpa-se a cheia, culpa-se o passado, culpa-se o acaso. Mas quem nunca é responsabilizado é o gestor, aquele que tem o dever de garantir o funcionamento da cidade e o bem-estar de seus moradores.
Faltam explicações, faltam soluções, falta responsabilidade. Enquanto isso, sobra indignação. Porque um problema crônico como esse não pode ser tratado como algo inevitável. Falta d’água não é fatalidade, é consequência de gestão – ou da falta dela.
Por trás das cortinas, tem água na “colônia” de Bocalom. Mas e na sua casa, tem?