Com transporte público em crise, Prefeitura de Rio Branco quer gastar R$ 1,5 milhão em brinquedos
A Prefeitura de Rio Branco voltou a ser alvo de críticas após enviar na última quinta-feira (4), à Câmara Municipal, em regime de “urgência urgentíssima”, o Projeto de Lei que autoriza a compra e distribuição de 50 mil brinquedos para crianças em situação de vulnerabilidade social. O valor estimado da ação é de R$ 1,5 milhão, conforme consta na Estimativa de Impacto Orçamentário-Financeiro anexada ao processo .
A iniciativa, embora tenha caráter social, é questionada pelo momento em que chega: a população enfrenta diariamente um transporte público precarizado, com relatos de veículos quebrados, longas esperas e itinerários reduzidos — problemas que têm gerado forte pressão popular por soluções urgentes. Para críticos, falta prioridade na gestão dos recursos públicos.
O projeto foi encaminhado pelo prefeito Sebastião Bocalom por meio do Ofício nº 399/2025, pedindo análise imediata dos vereadores. No entanto, o texto apresenta falhas técnicas consideradas graves pela própria Procuradoria Geral do Município, como a classificação equivocada da norma como Lei Complementar, quando na verdade se trata de lei ordinária. O erro é apontado como “grosseiro” no parecer jurídico oficial .
A análise técnica confirma que a compra anual de brinquedos teria um custo de R$ 1,5 milhão, podendo se repetir nos próximos exercícios, já que o programa se configuraria como ação contínua. Ainda assim, a Prefeitura não detalha critérios operacionais, logística, cronograma, execução ou mecanismos de transparência.
Enquanto os problemas no transporte público afetam diretamente trabalhadores, estudantes e moradores de bairros mais distantes, a apresentação de um projeto milionário voltado à compra de brinquedos levanta questionamentos sobre prioridades da gestão.