
Como surgiu o Dia dos Pais no Brasil: uma retrospectiva de mais uma jogada publicitária
O Dia dos Pais, tal como o conhecemos no Brasil, nasceu mais como impulso publicitário do que por celebração espontânea, e sua trajetória merece destaque.
A comemoração foi instituída em 1953, por iniciativa do publicitário Sylvio Bhering, então diretor do jornal O Globo e da Rádio Globo, ambos sediados no Rio de Janeiro. Seu principal objetivo era criar uma data adicional para movimentar o comércio no segundo semestre, depois do Dia das Mães e antes do Natal.
Inicialmente, a data escolhida foi 16 de agosto, associada ao Dia de São Joaquim, considerado pai de Maria na tradição católica e, portanto, avô de Jesus, uma conexão simbólica que fazia sentido diante do contexto religioso brasileiro da época.
Logo em seguida, a comemoração passou a ocorrer no segundo domingo de agosto, o que facilitaria os encontros familiares e se alinhava à tradição de celebrar datas em fins de semana, prática estabelecida com o Dia das Mães, no segundo domingo de maio.
Nos Estados Unidos, a origem do Dia dos Pais tem outra história. Em 1910, Sonora Louise Smart Dodd, motivada pela memória de seu pai viúvo que criou sozinho seis filhos, promoveu a primeira celebração na sua cidade, Spokane, em junho, data que coincidiu com o aniversário dele . Só em 1966 o presidente Lyndon Johnson oficializou o terceiro domingo de junho como Dia dos Pais; e em 1972 o presidente Richard Nixon tornou-o feriado nacional.
Antes de qualquer instituição oficial, já existiam vestígios históricos ou lendários de homenagens paternas. Um exemplo curioso vem da antiga Babilônia, onde, segundo relatos, o jovem Elmesu, filho de Nabucodonosor, teria modelado em argila um cartão desejando sorte, saúde e longevidade ao seu pai, um gesto considerado como possível precursor do Dia dos Pais.
O Dia dos Pais no Brasil surgiu em 1953 por impulso publicitário, inicialmente no dia de São Joaquim (16 de agosto), e foi depois transferido para o segundo domingo do mês, a fim de favorecer os encontros familiares e a mobilização comercial. A versão brasileira contrasta com suas raízes nos Estados Unidos, cujo reconhecimento institucional aconteceu apenas nas décadas seguintes, mas igualmente envolve laços afetivos e simbólicos.