No Educandário Santa Margarida, em Rio Branco, histórias de afeto e solidariedade se entrelaçam todos os dias — mas poucas são tão marcantes quanto a de Antônia e Lucas. Antônia, funcionária da instituição por décadas, aposentou-se em 2017. No entanto, o fim da rotina profissional não significou o fim de sua missão ali. Mesmo após a aposentadoria, ela seguiu cuidando de Lucas, um jovem que exige atenção constante e cuidados especiais. Desde então, sua presença virou símbolo de amor incondicional e entrega silenciosa.
Antônia não fala de sacrifício. Fala de amor. Um amor que foi se construindo no dia a dia, nas pequenas rotinas de cuidado, nas palavras ditas e nas que nunca precisaram ser ditas. Lucas, que carece de apoio em todas as suas necessidades, encontrou nela muito mais do que uma cuidadora: encontrou um porto seguro.
“Meu maior presente de aniversário é ter mais anos de vida para continuar cuidando dele”, disse Antônia emocionada, no dia em que celebrava mais um ciclo de vida. Entre abraços e sorrisos, fez questão de destacar o que realmente importa: estar ao lado de Lucas. “Ele é o grande amor da minha vida. Dinheiro pra mim não importa”, declarou.
Para quem convive com os dois, não há dúvidas: o vínculo entre eles é profundo, inexplicável em palavras. Antônia é presença constante, mesmo sem obrigação formal alguma. É o tipo de amor que não se ensina nos livros, que não cabe em contratos ou salários. É o amor de quem escolhe estar, mesmo quando poderia partir.
A história de Antônia e Lucas é um lembrete poderoso de que o cuidado transforma vidas — de quem cuida e de quem é cuidado. É sobre humanidade, compaixão e, acima de tudo, sobre o poder dos laços que se constroem no silêncio da dedicação diária. É um amor de mãe que foi construído.
