A Catedral Nossa Senhora da Glória, localizada no alto do Morro da Glória, no centro de Cruzeiro do Sul, é um dos maiores patrimônios religiosos e culturais do Acre. Considerada cartão-postal do Vale do Juruá, a igreja é símbolo da fé católica na região e atrai milhares de visitantes todos os anos.
Nesta segunda-feira (30), a repórter Ana Paula Melo visitou a catedral como parte de um roteiro especial pelos principais pontos históricos e turísticos da cidade, que ela está conhecendo para mostrar ao público. A ideia é revelar as riquezas culturais de Cruzeiro do Sul e valorizar a identidade local.
A atual estrutura da catedral começou a ser construída em 1957, com projeto do arquiteto Jorge Rugard Bercht, a pedido dos missionários alemães da Congregação do Espírito Santo, que atuavam na cidade. Inspirada na arquitetura de igrejas de Colônia, na Alemanha, a construção foi feita com cerca de 1 milhão de tijolos aparentes e possui planta octogonal, com uma técnica inovadora para a época: o telhado foi montado no chão e erguido conforme as paredes subiam.
A obra foi concluída em 15 de novembro de 1965, com a celebração da primeira missa pelo então bispo Dom Henrique Ruth. Desde então, a catedral se tornou a sede da Diocese de Cruzeiro do Sul, criada oficialmente pelo Papa João Paulo II em 1987.
Outro elemento de valor histórico é o sino da antiga igreja matriz, fundido em 1947. Ele foi mantido na nova estrutura e tocado manualmente por mais de 30 anos pelo morador Alberto Rodrigues de Brito, que faleceu em 2023 e foi o primeiro leigo sepultado na cripta da catedral, em reconhecimento à sua dedicação.
A catedral é também o centro das celebrações do Novenário de Nossa Senhora da Glória, uma das maiores manifestações religiosas do Acre, que atrai até 50 mil fiéis em procissões terrestres e fluviais.
